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Misocinesia: incômodo com inquietação dos outros afeta 1 em cada 3 pessoas

Você é do tipo que surta quando vê alguém balançar a perna repetidamente? Psicólogos acabam de descobrir que um terço da população é assim. Mas ainda não desvendaram a causa do problema.

Por Carolina Fioratti
2 set 2021, 18h09
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  • Talvez você já tenha passado por uma situação do tipo: no escritório ou na sala de aula, ao olhar para o lado, percebeu que seu vizinho não parava de mexer os pés ou girar objetos em suas mãos. Se o movimento repetivio gerou uma irritação extrema, é capaz que você sofra de misocinesia.

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    A minocinesia, que significa ao pé da letra “ódio aos movimentos”, é um transtorno caracterizado pela forte resposta emocional negativa a movimentos pequenos e repetitivos de outras pessoas. Embora pouco investigada pelos psicólogos – talvez por não ser exatamente um problema de saúde pública –, trata-se de uma condição muito comum: um estudo recém publicado no periódico especializado Scientific Reports mostrou que um terço da população é misocinésica. 

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    Quem conduziu a pesquisa foi Todd Handy, pesquisador da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá. Ele resolveu pesquisar o tema após ouvir da pessoa com quem estava saindo que sua inquietação a deixava estressada. Ah, os dates! Handy, que é neurocientista cognitivo visual, quis entender a origem do fenômeno e o quão comum ele era. Para isso, se juntou aos pesquisadores Sumeet Jaswal, também da UBC, e Andreas De Bleser, da Universidade de Gante, na Bélgica. 

    A equipe realizou uma série de experimentos envolvendo mais de 4,1 mil participantes. Os voluntários relatavam se eram sensíveis à visão de pessoas inquietas e, caso a resposta fosse afirmativa, eram avaliados os impactos emocionais e sociais que o fenômeno tinha sobre eles. Ao contrário do que parece, a misocinesia vai muito além de uma simples aversão aos movimentos dos outros. Algumas pessoas com o distúrbio podem sentir raiva, ansiedade, frustração e até mesmo enfrentar dificuldades em situações sociais, seja no escritório, na sala de aula ou em casa.

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    Mas qual é a causa do problema? Ainda não há resposta, mas os cientistas têm algumas sugestões. No próprio estudo, eles realizaram testes para ver se a misocinesia se originava de uma sensibilidade visual excessiva. Nessa hipótese, a pessoa com o problema não conseguiria bloquear eventos de distração ao seu redor, e por isso ficaria incomodada com os movimentos repetitivos dos outros. Infelizmente, os resultados foram inconclusivos. 

    Há uma segunda hipótese, que está ligada aos chamados “neurônios-espelho”. Sabe quando uma pessoa cai e você “sente” a dor? Esta sensação de empatia é atribuída a estas células, que disparam quando outro ser vivo realiza um movimento. Agora, pense nos movimentos repetitivos: eles geralmente estão associados ao nervosismo e ansiedade. Dessa forma, ao olhar para os inquietos, o indivíduo misocinésico sentiria o mesmo. 

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    Mais estudos devem ser conduzidos no futuro. Por enquanto, os pesquisadores criaram um site com informações sobre a misocinesia, onde voluntários podem encontrar uma enquete (em inglês) e colaborar para as investigações. Caso você tenha interesse em participar, basta acessar este link aqui – infelizmente, em inglês.

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