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O seu jeito de dançar é único – e pode servir como uma impressão digital

Não importa se você é o centro das atenções na pista ou "travadão": todos temos marcas na forma que dançamos, e um algoritmo pode vê-las.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 21 jan 2020, 19h24 - Publicado em 21 jan 2020, 19h05

É quase universal: quando uma música começa a tocar, tendemos a nos movimentar de alguma forma – seja com um simples balançar de pés ou remexendo o corpo todo. A dança é uma resposta natural à música, encontrada em diversas culturas do mundo. E, agora, cientistas da Finlândia descobriram que o modo como você dança é único e pode te identificar,  como uma espécie de impressão digital.

O grupo da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, chegou a essa conclusão de forma acidental. Eles estavam usando a tecnologia de aprendizado de máquina para checar se um algoritmo conseguia identificar corretamente qual gênero musical estava sendo tocado – usando apenas os movimentos de dança de voluntários. Com captura de movimentos – técnica muito utilizada no cinema, que transpõe movimentos reais para modelos digitais –, os cientistas pediram para que 73 participantes dançassem livremente ao som de oito gêneros diferentes: blues, country, eletrônica, jazz, heavy metal, pop, reggae e rap. 

Para a surpresa do grupo, o algoritmo só conseguiu identificar o gênero musical dançado em apenas 30% dos casos. Mas o experimento não foi nem de perto um fracasso: eles perceberam que o robô acertava qual era o participante que estava dançando em 94% das vezes, independentemente do gênero. Para efeito de comparação: se o computador simplesmente chutasse todas as tentativas, a eficiência esperada seria menor que 2%.

“Aparentemente, os movimentos de dança de uma pessoa são uma espécie de ‘impressão digital’”, explica Pasi Saari, um dos autores do estudo. Mesmo dançando gêneros diferentes, tendemos a repetir movimentos e padrões, o que parece ser detectável por algoritmos específicos.

A eficácia do computador não foi a mesma para todos os tipos musicais. O algoritmo teve uma dificuldade especial em reconhecer os participantes quando eles estavam dançando ao som de heavy metal. Esse estilo é mais associado a passos específicos e repetitivos, como o headbanging (balançada brusca com a cabeça), e por isso as pessoas se movem de forma mais parecida. Mesmo assim, o computador atingiu um nível de acerto de cerca de 80% de acerto nesses casos. Isso indica que mesmo um balançar de cabeça pode ser único de pessoa para pessoa.

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O grupo que assina o estudo faz parte do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Música da Universidade de Jyväskylä, e vem conduzindo diversos estudos do tipo nos últimos anos. A ideia é entender como a dança e a música podem revelar traços de nossa personalidade e nossa relação com a musicalidade.

Embora curioso, a nova pesquisa levanta questões sobre privacidade e monitoramento. Tecnologias de reconhecimento facial e corporal já estão sendo aplicadas em larga escala para identificar pessoas por traços físicos e de movimentos. Em alguns casos, computadores podem identificar uma pessoa mesmo se ela estiver de costas para a câmera. O uso de um software capaz de te reconhecer apenas pelo modo que você dança e se move também poderia entrar nesse grupo, teoricamente.

A pesquisadora que liderou o estudo, Emily Carlson, garante que esse não o objetivo : “estamos pouco interessados em aplicações de vigilância e mais interessado no que esses resultados nos dizem sobre a musicalidade humana”, explica. “Temos muitas perguntas novas a fazer, como se essas assinaturas de movimento permanecem as mesmas durante toda a vida e se podemos detectar diferenças entre culturas com base nelas.”

Enquanto isso, continuamos curtindo as músicas com uma boa dança — cada um do seu jeito, é claro.

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