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Quais são os idiomas artificiais mais falados do mundo?

Não é só o esperanto. Existem outras com milhares de falantes.

Por Emiliano Urbim
Atualizado em 11 dez 2018, 17h48 - Publicado em 18 mar 2011, 22h00

Lembra da língua do pê? Pois é, teve gente que levou a brincadeira muito mais longe. Para alegria de seus criadores e espanto do resto da humanidade, três delas contam hoje com milhares de falantes: o esperanto, cozidão de idiomas com aspirações pacifistas; o klingon, criado para os vilões ranzinzas de Jornada nas Estrelas; e o sindarin, uma das línguas do universo mítico de O Senhor dos Anéis (ver quadro abaixo).

Motivados por ideais políticos, científicos ou recreativos, desde o século 17 estudiosos dedicam a vida a criar idiomas artificiais. Não se trata apenas da fala cotidiana modificada por gírias, como a “novilíngua” – o idioma ditatorial do livro 1984, de George Orwell. Estamos falando de línguas completas, com pronúncia, vocabulário e gramática próprios.

Mas a maioria delas não deu o que falar. No livro In The Land of Invented Languages (“Na Terra das Línguas Inventadas”, sem versão brasileira), Arika Okrent cita mais de 500 idiomas artificiais extintos por falta de falantes. “Muitos eram projetos de línguas 100% lógicas, sem ambiguidades. O que seus inventores não entendiam é que o atrativo de uma língua não é transmitir informação de forma perfeita, mas permitir que você faça parte de um grupo. Por mais estranho que ele seja.”

As 3 línguas inventadas mais populares

ESPERANTO
Rigardi, tia mirinda afero, kaj plena de graco

Tradução: Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça
Criada por: L.L. Zamenhof, em 1887.
Origem: Construído a partir de palavras semelhantes em várias línguas, o esperanto foi criado para servir de idioma universal e promover a paz e a fraternidade entre as nações. Daí o nome, que significa “esperançoso”.
Inspiração: Vocabulários das línguas latinas, pronúncia das línguas eslavas.
Falantes: 200 mil.

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KLINGON
Paw be’hom, ‘ach mevbe’, yittah

Tradução: É ela, menina, que vem e que passa
Criada por: Mark Okrand, em 1982.
Origem: Feita por encomenda para o 3º filme da série Jornada nas Estrelas – os produtores queriam que a raça guerreira dos klingons falasse um língua completa em vez dos grunhidos de sempre. Com os fãs, o idioma ganhou vida própria. Existe até o Instituto da Língua Klingon, que publicou uma tradução de Hamlet.
Inspiração: Sons guturais, com a intenção de soar alienígena.
Falantes: 20 mil.

SINDARIN
Vanimle sila tiri ed’ i’ear

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Tradução: Num doce balanço a caminho do mar
Criada por: J.R.R. Tolkien, 1920-1940.
Origem: Criar línguas era um passatempo do jovem Tolkien, que a partir delas inventou um mundo inteiro: o universo mítico de O Senhor dos Anéis, onde o sindarin é apenas o mais falado dos vários idiomas da raça dos elfos.
Inspiração: Galês.
Falantes: 10 mil.

 

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