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Como Copenhagen tenta se tornar uma cidade “à prova de enchentes”

A ideia é transformar a capital dinamarquesa em uma cidade-esponja, absorvendo a água de chuvas violentas e evitando inundações.

Por Manuela Mourão
15 jun 2025, 12h00

A Dinamarca pode ser um dos países mais ricos do mundo, mas não está livre de problemas. Quando chove demais na capital Copenhague, a água vira uma inimiga séria. Nos últimos anos, enchentes vem se alastrando no país: em 2023, por exemplo, duas enchentes aconteceram em menos de três meses, chegando a acumular 30 cm de água. 

Por isso mesmo a cidade espera, até 2027, ter uma solução. Os planos inovadores e os instrumentos urbanos inéditos incluem túneis de concreto enterrados sob a cidade, parques públicos remodelados para atuar como reservatórios e a construção de uma ilha artificial à beira-mar.

O túnel Kalvebod Brygge Tunnel tem 10.000 m³ de capacidade — o equivalente a quatro piscinas olímpicas — e tem como objetivo armazenar a água de enchentes em caso de chuvas intensas. Assim, o reservatório evitaria que o sistema de esgoto colapse. A obra vem sendo realizada desde 2020. O túnel está orçado em € 43 milhões.

A ideia da construção não veio do nada. Há mais de 10 anos, em 2011, uma inundação despejou mais de 120 mm de chuva em Copenhague em apenas duas horas, causando cerca de € 1 bilhão em danos.

“Percebemos naquele ano que Copenhague seria atingida pelas mudanças climáticas, então analisamos os impactos. Parece que teremos até 30% mais chuva e uma multiplicação de tempestades que terão um impacto em larga escala na cidade”, explica Jan Rasmussen, diretor do Plano de Adaptação Climática da cidade de Copenhague, para o portal Euronews.

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Fotografia do túnel Kalvebod Brygge Cloudburst.
(Niras/Reprodução)

Acima do solo, o antigo Enghaveparken, um parque público criado em 1928, foi redesenhado para reter até 22.600 m³ de água —  equivalente a oito piscinas olímpicas. O parque está localizado em uma colina estratégia. “A água corre primeiro para este campo de futebol, depois começa a correr para o lago. E finalmente para o jardim de rosas. Se precisarmos armazenar mais água, os portões do parque serão fechados e todo o parque ficará cheio de água”, explica Rasmussen.

A prefeitura também transformou pelo menos 300 espaços urbanos em “parques-esponja” com gramados, jardins pluviais e calçadas permeáveis, capazes de absorver e armazenar água.

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O projeto de Lynetteholm prevê a criação de uma ilha artificial, com duas finalidades: erguer uma barreira contra o mar e gerar solo para futuros bairros urbanos. A obra, aprovada em 2021, utilizará cerca de 80 milhões de toneladas de terra excedente de obras municipais. A elasticidade do terreno permitirá ajustes na altura da ilha conforme o aumento do nível do mar.

De acordo com um relatório divulgado em novembro de 2024, o número de pessoas na Dinamarca afetadas por tempestades aumentará cinco vezes no próximo século em comparação com o número atual. Além disso, cerca de 500.000 casas e edifícios correm o risco de serem inundados nos próximos 50 anos com o aumento do nível do mar.

Porém, o projeto já gera controvérsia: há temores de danos ambientais ao bloquear a “Kongedybet”, um canal que transporta água salgada ao sul, fundamental para a salinidade do Báltico. Ambientalistas afirmam que o estudo de impacto foi limitado e que uma modelagem de longo prazo precisaria ser feita .

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Esta rede entre túneis, parques-esponja, e a ilha-barreira compõe o que Copenhague chama de Skybrudsplan, ou “Plano de Gerenciamento de Chuvas”. O objetivo é responder aos impactos do clima e virar uma cidade esponja.

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