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Como funciona um projetor de cinema digital?

O arquivo do filme é transformado em luz, que passa por um filtro que lhe permite reproduzir até 16,7 milhões de tons.

Por Natalia Rangel
Atualizado em 10 dez 2021, 18h25 - Publicado em 10 dez 2021, 18h25

(Para visualizar o infográfico original desta reportagem, clique aqui)

A grande estrela

Antigamente, o filme projetado nos cinemas vinha gravado em uma película química. Hoje, nas salas mais modernas, ele é um arquivo digital em alta definição (high definition, ou HD). Esse arquivo é inserido em um servidor de vídeo, que pode fazer parte do próprio projetor ou ser um aparelho separado, conectado a ele por cabos de HDMI.

Faça-se a luz

O servidor envia o conteúdo digital para o projetor, que utiliza um processador de luz interno (Digital Light Processor, ou DLP) para transformar o arquivo em luz. “Em equipamentos mais potentes, o sistema DLP usa chips triplos para esse processamento”, explica Ricardo Ferrari, engenheiro eletrônico e gerente de vendas da divisão de entretenimento da Barco.

Arco-íris completo

Emitida por uma lâmpada xênon ou um laser fósforo (nos aparelhos mais modernos), a luz é condensada por uma lente específica. Aí, atravessa um filtro com, no mínimo, as cores verde, vermelho e azul, que lhe permite reproduzir até 16,7 milhões de tons. Nos projetores top de linha, a tecnologia BrilliantColor adiciona as cores amarela, ciano e magenta. A vantagem do laser é que ele corrige o contraste nas cenas mais escuras. No xênon, o preto fica meio “desbotado”, puxando para cinza e azul.

Liga-Desliga

A luz então segue para uma lente de modelagem e para o Digital Micromirror Device (DMD). Trata-se de um semicondutor com mais de 2 milhões de espelhos microscópicos que podem ser movimentados entre as posições “on” e “off”, milhares de vezes por segundo. Cada espelho criará um pixel (a menor unidade de luz que compõe uma imagem) na telona.

Espelho mágico

Arquivos digitais são compostos de bits, que, por sua vez, são compostos de 1 e 0 na linguagem binária usada pelos computadores. Cada bit determinará a posição de um espelho: 1 é “ligado” e 0 é “desligado”. Quanto mais estiverem ligados, mais claro será o tom do pixel. Se a posição “off” for mais frequente, o pixel será mais escuro.

Gente grande

Por fim, a refração do DMD vai, então, em direção à última lente: a de projeção. Ela serve para dar uma resolução ainda maior à imagem. Isso permite que o filme seja reproduzido naquele tamanho gigantesco da telona do cinema, mas sem perder qualidade na nitidez.

Cinema do barulho

No sistema digital, o som do filme já está no mesmo arquivo inserido no servidor de vídeo. Dois ou mais cabos conectam o servidor ao processador de áudio, que distribui os diferentes canais de som do vídeo até os amplificadores e dos amplificadores para as caixas de som. Tudo isso simultaneamente à projeção da imagem.

Operação de emergência

Quando os cinemas usavam película química, um operador precisava montar e colar o filme, acompanhando de perto cada sessão, caso precisasse realizar algum reparo urgente. Já o operador digital só precisa apertar o play. “Seu trabalho vem antes: inserir os conteúdos, criar a ‘playlist’ da sala etc.”, explica Ricardo.

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