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Descoberta do bóson de Higgs pode virar musical na Broadway

A peça está nos estágios iniciais de desenvolvimento. Ela é baseada no documentário “Particle Fever”, que mostra os bastidores da descoberta em 2012

Por Maria Clara Rossini
8 ago 2024, 16h00

Se você acha que física de partículas não é um bom tema para um musical, não está sozinho. O dramaturgo David Henry Hwang, conhecido por ter escrito a peça “M. Butterfly”, também não foi atraído pela ideia inicialmente. Mas, agora, ele é a mente criativa por trás de um novo musical sobre a descoberta do bóson de Higgs.

A produção ainda está engatinhando. Segundo uma reportagem do New York Times, a primeira leitura do roteiro (apenas para investidores e amigos) aconteceu em Junho, em Manhattan. A história foi escrita por Hwang, enquanto a música é de Bear McCreary (que já compôs a trilha sonora de grandes produções, como Os Anéis do Poder) e Zoe Sarnak, que tem experiência com teatro.

A produção é baseada no documentário “Particle Fever”, lançado em 2014. Entre 2006 e 2012, os físicos (e cineastas) Mark Levinson e David Kaplan registraram a vida e a rotina de 10 mil cientistas que trabalhavam no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear), em Genebra. É lá que está o maior e mais potente acelerador de partículas do mundo: o Grande Colisor de Hádrons, ou LHC.

Nos anos 1960, o físico Peter Higgs teorizou a existência de uma partícula que dá massa a tudo. Ela é uma peça fundamental para dar sentido ao Modelo Padrão, que descreve as partículas fundamentais do Universo. Seu colega, François Englert, também teorizou a existência do bóson de forma independente.

Foi só em 2012 que o experimento realizado no LHC confirmou a existência da tal partícula, que ficou conhecida como bóson de Higgs. Esse foi um dos maiores e mais caros projetos científicos da história, envolvendo milhares de pesquisadores de todo o mundo.

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Levinson e Kaplan mostraram o que ocorria dentro dos muros do CERN durante seis anos. Eles gravaram mais de 500 horas de vídeo, que depois foram condensadas no documentário de duas horas de duração. O longa mostra não só as pesquisas que ocorriam lá, mas também as emoções, anseios e decepções das pessoas que trabalhavam no projeto.

A produtora Annie Roney, diretora executiva da ROCO Films, que distribuiu “Particle Fever”, disse ao New York Times que o documentário tem os elementos que fazem um musical ser memorável: “São temas universais da humanidade tentando entender nossas vidas e nosso lugar no universo. A história celebra o melhor na humanidade – colaboração, curiosidade”.

O nome do projeto é “Particle Fever: The Musical”, e ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento. Para se concretizar, os produtores devem atrair investidores que patrocinem a peça.

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