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Em 1997, a Mattel processou a banda de “Barbie Girl”

A gravadora do grupo Aqua se envolveu em uma disputa judicial com a empresa por trás da Barbie, já que as letras sugestivas não agradaram. Apesar da polêmica, filme da boneca inclui uma regravação da música.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 11 jul 2023, 17h48 - Publicado em 11 jul 2023, 17h47

O grupo pop europeu Aqua estava no início de sua carreira quando foram alçados à fama inesperadamente. “Barbie Girl”, o terceiro single de seu álbum de estreia, “Aquarium”, foi um hit instantâneo. Composta pelos membros da banda, a música atingiu o topo das paradas internacionais, virou ícone pop e é, até hoje, um dos singles mais bem sucedidos da história.

A música é chiclete – e dos mais grudentos. Descrita por muitos críticos da época como “contagiante” e “um fenômeno pop”, seus versos e melodia entraram na cabeça dos ouvintes.

Quem não gostou nadinha dessa fama foi a Mattel, a empresa responsável pela boneca Barbie. Em setembro de 1997, seis meses após o lançamento do single, a empresa abriu um processo contra a MCA Records, gravadora do Aqua, pelo uso indevido da marca.

Processo judicial

Até dá para entender. Revisitando a letra da música, é claro que alguns dos versos são meio sugestivos. E dizer “Eu sou uma loira boba em um mundo de fantasia” também não agradou a marca. A Mattel também argumentou que o clipe da música infringiu o uso do “rosa Barbie” e imitou indevidamente acessórios da boneca – incluindo a Casa dos Sonhos.

A defesa da gravadora alegou que era apenas uma “música divertidinha” e relembrou que os CDs vendidos continham a seguinte declaração: “A música ‘Barbie Girl’ é um comentário social e não foi criada ou aprovada pelos fabricantes da boneca”. Segundo a MCA, a música não afirmava nada de forma explícita, então era o ouvinte que atribuiria sua interpretação à letra.

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O processo durou anos. Por fim, a Mattel perdeu o caso. A corte americana definiu que a música se enquadrava como uma paródia e, portanto, estava protegida sob a definição de liberdade de expressão da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, e a empresa de brinquedos foi aconselhada a desencanar.

 Os membros da banda já expressaram publicamente sua surpresa com toda a polêmica, que acabou gerando mais atenção para a música – e para a boneca. Em 2022, em entrevista à Rolling Stone, René Dif, um dos vocalistas do grupo, afirmou: “A primeira coisa que pensei foi: ‘Nossa, a maior empresa de brinquedos do mundo está atrás da bandinha da Dinamarca?’.”

Acontece que a Mattel zela bastante pela integridade da marca Barbie. O processo da MCA não foi o único caso: outros trabalhos artísticos envolvendo bonecas também entraram no radar da empresa. 

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Novas versões

Hoje em dia, a marca parece ter feito as pazes com a canção. Em 2009, uma série de comerciais da Barbie usavam trechos da música com letras alteradas, e até um “videoclipe” promocional foi lançado.

Com o anúncio da trilha sonora do novo filme da boneca, dirigido por Greta Gerwig e com Margot Robbie no papel de Barbie, chegou uma notícia muito aguardada por alguns internautas. Apesar da versão original não estar presente, uma regravação da música, com as artistas Nicki Minaj, Ice Spice e a banda Aqua, chamada “Barbie World”, foi confirmada para o filme.

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Agora é só esperar o anúncio de que a versão da Kelly Key vai entrar pro filme no Brasil.

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