Entenda o fantástico sexo dos dragões de Game of Thrones
A biólóga evolucionista Sarah Werning dá detalhes sobre a vida sexual de Drogon, Viserion e Rhaegal
Não é spoiler nenhum para quem acompanha a série Game of Thrones que nem o autor George R. R. Martin nem os produtores da HBO economizaram na nudez e nos detalhes sexuais da narrativa. No primeiro episódio da produção, os irmãos Cersei e Jamie Lannister já batizam a série com uma cena de incesto. Foi um aviso: tudo pode acontecer nas camas (que nem são tão necessárias assim) de Westeros.
Com o perdão do trocadilho, há mais fogo que gelo nas Crônicas de Gelo e Fogo. E grande parte do fogo (o outro, labareda mesmo), é culpa de Drogon, Viserion e Rhaegal – os dragões de Daenerys Targaryen. Mas como essa espécie fantástica de dragão com grandes asas de morcego… transa?
Há poucas informações confiáveis sobre os hábitos de acasalamento dos dragões. Alguns personagens de GOT afirmam que os filhos da Khaleesi são hermafroditas, outros dizem que eles têm gênero. Em entrevista recente à Vice americana, a bióloga evolucionista da Universidade Des Moines, Sarah Werning, explicou como o sexo mitológico dos dragões funciona – e se funciona (!).
Para começo de conversa: eles realmente transam. Na natureza terrestre, os répteis são os animais que mais se assemelham a essas criaturas. E os répteis copulam para que haja reprodução. O macho precisa penetrar a fêmea para fecundar os ovos. Sendo os répteis os animais mais próximos dos dragões, os dragões seguem a mesma lógica sexual dos répteis.
Segundo Sarah, as chances deles serem hermafroditas é bastante pequena, porque pouquíssimos répteis o são. Aliás, uma das únicas espécies hermafroditas do mundo é brasileira – a jararaca-ilhoa que vive na Ilha das Cobras, no litoral de São Paulo, e é conhecida por seu veneno letal.
O que Sarah não descarta é a possibilidade de haver sexo lésbico entre dragoas. Ok, os três dragões de Game of Thrones são machos – até onde sabemos – mas assim como algumas espécies de anfíbios e peixes, eles podem mudar de sexo e não ter um gênero definido. Geralmente, a mitologia se refere a eles no masculino e no feminino apenas quando a fêmea coloca ovos. Mas, como todos os fãs da série sabem, nada é definitivo nos Sete Reinos.
Essa desconfiança de Sarah é porque alguns répteis são partenogênicos (não precisam de fertilização para formar um embrião). “É como se uma virgem pudesse dar à luz. Mas algumas dessas espécies não conseguem desenvolver um embrião sozinhas. Elas precisam que outra fêmea monte nelas. Depois da esfregação “dragoa com dragoa”, o ovário entende que é hora de transformar os ovários em embriões”, explica.
Posição do passarinho
Os dragões de Daenerys são répteis com grandes asas de morcego. Essa diversidade morfológica se traduz em algumas posições sexuais pouco ortodoxas para nós, animais terrestres. “Como é provável que um dragão possa voar sobre outro, é certo que isso abre possibilidade para várias acrobacias aéreas”, afirma Sarah.
Dragões mal dotados
Caso Drogon, Viserion e Rhaegal de fato sejam machos, eles podem ter um único pênis, como as tartarugas e os crocodilos, ou dois hemipênis, como as cobras e os lagartos. Nos mamíferos e aves, a genital se forma do tecido que forma a cauda – como há apenas uma cauda, apenas um pênis é formado. Mas nos répteis, o órgão é originado pelo material que vai desenvolver as patas traseiras (ou vestígios de patas), portanto, resultam em dois pequenos pênis. Ou seja, talvez esse fogo todo seja só para ajudar Khaleesi a conquistar o trono de ferro.