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O que esperar de Frozen 2

A SUPER já viu o novo filme e não, Elsa não tem uma namorada, mas vira quase uma heroína Marvel.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 26 nov 2019, 20h42 - Publicado em 26 nov 2019, 20h18

Frozen, de 2013, foi um fenômeno bilionário que nem a própria Disney esperava. Continuando a tendência de lançar princesas em filmes de aventura, o que pode atrair tanto meninas quanto meninos (como Enrolados, por exemplo), o filme acabou se tornando a produção mais bem recebida desde o renascimento do estúdio de animação: foi o primeiro desenho a bater a marca do 1 bilhão de dólares em bilheteria, ganhou diversos prêmios como Oscar e Globo de Ouro e lançou o onipresente hit “Let it Go” – para você ter uma ideia, a trilha sonora de Frozen vendeu 3 milhões de cópias e reinou durante 23 semanas seguidas no primeiro lugar dos álbuns mais vendidos da Billboard.

Com esse fenômeno nas mãos, era óbvio que o sucesso se tornaria uma franquia – e, em 2015, foi anunciado Frozen 2. Após 6 anos de espera, e em meio a trailers enigmáticos e rumores sobre qual seria a próxima música a ficar na cabeça de todo mundo, o filme finalmente estreou nos EUA batendo recordes: superando O Rei Leão, Frozen 2 se tornou a maior bilheteria de abertura de uma animação, com 350 milhões de dólares arrecadados em seu primeiro fim de semana.

Por aqui, o filme só chega em janeiro, mas a SUPER já viu e traz algumas das principais novidades que prometem tornar essa sequência tão memorável quanto o filme original.

Elsa se consagra como uma super-heroína

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(Disney/Reprodução)

Na trama da continuação, a rainha Elsa vive em paz com sua irmã Anna, Olaf, Kristoff e Sven no reino de Arendelle. Mas a aparição de uma estranha voz coincide com um ataque sobrenatural ao reino, o que acaba obrigando a população a sair de lá.

As irmãs entendem que a voz é a chave para toda a questão, e que elas precisam revisitar uma antiga floresta encantada para resolver todo o mistério e salvar Arendelle. No meio do caminho, isso acaba levando elas até uma descoberta sobre a origem dos poderes da protagonista.

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Nessa busca, Elsa se coloca como uma verdadeira rainha do gelo. Apesar de todas as dúvidas e inseguranças que a rondam, ela se mostra forte, decidida e corajosa. Elsa trava diversas batalhas com espíritos da natureza durante o filme, usando seus poderes para vencer o vento, o fogo e uma disputa épica com a água – cena que causou um burburinho justificado quando apareceu no trailer.

Apesar de não ter uma namorada (algo muito desejado por fãs nas redes sociais), ela se porta como uma personagem forte e independente, que não precisa e nem pensa em um romance. Em uma cena de flashback, sua versão criança chega a falar para a romântica Anna que “um beijo não resolve nada”. Elsa acredita, sim, no amor, mas é a conexão com seus pais, sua irmã, a natureza e o bem-estar do reino que a completam. Isso tudo a consagra como a primeira princesa super-heroína da Disney.

Trilha sonora épica – e a nova “Let It Go”

Um bom musical da Disney não é nada sem suas canções originais. E com o objetivo de ter o mesmo sucesso de seu antecessor, o estúdio reuniu o mesmo elenco e a equipe de compositores do original, encabeçados por Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez – todos veteranos da Broadway – para um conjunto de oito novas músicas.

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A primeira coisa boa é que elas são muito bem distribuídas entre os personagens: a rainha Iduna, mãe das protagonistas, assim como Olaf e Kristoff ganham solos pra chamar de seus. Esse último, inclusive, teve uma ótima reparação: seu dublador original, Jonathan Groff, é um premiado ator de musicais, tendo participado do seriado Glee e de várias montagens importantes como Hamilton. Mesmo assim, seu personagem não ganhou nenhuma canção no longa de 2013. Agora, o solo de Kristoff é uma engraçadíssima balada anos 1980 – com direito a videoclipe brega e tudo.

Outro ponto de destaque é que toda a trilha sonora tem uma aura épica, digna de musicais da Broadway, que casa perfeitamente com o tom místico, de magia e espíritos da natureza, que moldam o filme. Diversos coros, vozes e backvocals tornam as músicas dramáticas ainda mais dramáticas.

E aqui chegamos na questão mais relevante de tudo isso: a nova “Let It Go”. Reproduzir um hit é algo extremamente difícil, então os produtores resolveram pecar pelo excesso: ao invés de um, Elsa tem dois ótimos solos potencialmente elegíveis para o Oscar de melhor canção original – “Into the Unknown” e “Show Yourself”.

No primeiro, Elsa canta para o desconhecido que fica além de Arendelle, depois de ouvir uma voz misteriosa chamando-a em direção a floresta encantada e, quem sabe, a seu verdadeiro destino. Já o segundo é cantado durante a jornada pessoal da protagonista, quando ela finalmente está prestes a descobrir a verdade por trás de toda a história de seus poderes. Apesar de “Show Yourself” ser bem mais épica, “Into the Unknown” é menos pesada e parece ser a favorita do estúdio. Tanto que, assim como a versão de Demi Lovato ajudou a popularizar “Let It Go”, a Disney escolheu a banda Panic! At The Disco para fazer uma ótima versão pop-rock do primeiro solo da rainha.

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E aqui vale o adendo: a versão em português das duas canções está ótima!

Subtrama política 

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(Disney/Reprodução)

Acredite, a história de “Frozen 2” aborda reparação histórica e até problemáticas relacionadas à crise global do clima [alerta: a partir daqui, o texto contém spoiler, siga por sua conta e risco]. O filme começa com o pai das princesas contando a história de como ele conheceu, quando criança, uma floresta encantada que fica próxima ao reino, onde os espíritos da natureza tinham vida e se conectavam com a tribo nativa de Northuldra.

Naquele momento, a realeza de Arendelle tinha ido a floresta para comemorar um acordo de paz com aquele povo. O pai das irmãs viajou para a floresta junto ao avô de Elsa e Anna, o então rei, para apresentar a Northuldra uma represa, aparentemente um presente de paz que controlaria a água e ajudaria o povo. Mas algo deu errado na visita: por um motivo que o pai das garotas desconhece, os dois povos, que celebravam juntos, começaram a travar uma batalha sanguinária.

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Segundo o avô delas, os Northuldra atacaram Arendelle. Os espíritos da natureza ficaram revoltados com a situação e cobrem com uma névoa impenetrável a floresta onde os nativos viviam.

Décadas depois, Elsa, Anna e companhia entram no local guiadas pela voz na cabeça da rainha, e as irmãs acabam descobrindo a verdade sobre os crimes de seus ancestrais. A represa não era um presente, mas sim um ato de sabotagem destinado a prejudicar as terras da tribo. O avô atacou um líder Northuldra a sangue frio quando seu plano real foi descoberto e foi em resposta a isso que a floresta encantada se fechou.

Enquanto eles estão lá, Anna e Elsa também descobrem outra reviravolta: eles são meio Northuldran. A mãe deles era um membro da tribo que salvou o pai durante a batalha, escapou com ele da floresta e depois acabou se casando com ele.

Lógico, tudo isso, na verdade, critica as ações do homem – a represa não é uma salvação, ela prende a liberdade das águas e prejudica o ecossistema. Além disso, foi o “povo civilizado” que acabou atacando os nativos, e não o contrário, o que também é uma critica à própria história de formação dos EUA. No fim, Frozen 2 é um belíssimo filme pra crianças que acaba passando uma mensagem de gente grande.

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