Star Wars fracassou pela primeira vez
"Han Solo: uma história Star Wars" não entusiasmou o público e marcou o primeiro tropeço de uma franquia que parecia infalível
A franquia Star Wars marcou a indústria cinematográfica como poucas fizeram. O sucesso comercial de seis filmes consecutivos fez com que a LucasFilm (empresa responsável pela saga) fosse comprada pela poderosa Disney pela obscena bagatela de US$ 4,05 bilhões. Mas, como nada e nem ninguém é perfeito, um dia a peteca tinha que cair. E esse dia chegou: Han Solo: Uma história Star Wars está na sua segunda semana de exibição e já mostrou que será a primeira derrota de um legado que começou há mais de quarenta anos.
Apostar em um filme levando o nome do personagem mais popular da trilogia original parecia uma ideia razoável, mas se mostrou um tiro (de blaster) no pé. Estima-se que a produção custou US$ 250 milhões para ser finalizada. O número é alto até para os padrões hollywoodianos – o valor é US$ 5 milhões mais caro do que Star Wars: O Despertar da Força,transformando Han Solo no filme mais caro da franquia. Não teria problema nenhum, se a conta fechasse. Despertar, por exemplo valeu o investimento: só nos EUA arrecadou US$ 936 milhões (é o filme que mais gerou dinheiro na história americana), somando o faturamento do resto do mundo a grana mais do que dobra: são US$ 2 bi, a terceira maior arrecação da história do cinema. Solo vai pelo caminho oposto. No fim de semana de estreia, o longa arrecadou US$ 84 milhões de dólares. É a pior abertura desde O Ataque dos Clones, que fez US$ 80 milhões – mas só custou US$ 115 milhões.
Suposições para justificar a queda do império não faltam. O último filme de Star Wars, Os Últimos Jedi, foi lançado apenas cinco meses antes de Han Solo, o que pode ter causado um esgotamento na audiência. Além disso, a concorrência está pesada — o longa disputa a atenção com nomes de peso como Vingadores: Guerra Infinita e Deadpool 2. O principal motivo para a receita do desastre, na verdade, é uma mudança de rotas. O filme trocou de diretores, e Ron Howard, que assumiu a claquete, pediu para refilmar 70% do longa – daí que sai o alto custo de produção.
O tropeço está longe de ser o suficiente de impedir a marca de continuar crescendo. Outros 5 filmes já estão confirmados, e a Disney agora vai investir em séries live action, além dos quadrinhos e livros, que constantemente figuram nas listas de mais vendidos. A diferença é que agora nós sabemos que eles podem falhar.