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Viúva Negra marca transição entre a “era Vingadores” e nova fase da Marvel

Conversamos com a diretora Cate Shortland, que explica por que esse é o momento perfeito para contar a história de Natasha. O filme solo da heroína, que deveria estrear em 2020, chega nesta semana aos cinemas e no Disney+.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 13 mar 2024, 16h38 - Publicado em 6 jul 2021, 11h38

14 meses, 8 dias e três adiamentos depois, Viúva Negra finalmente chega aos cinemas. O filme estreia nas telonas e no Disney+ no dia 9 de julho. Trata-se do primeiro e único filme solo da heroína, além de marcar o início da fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU).

Como já faz mais de dois anos desde a estreia de Vingadores: Ultimato (2019), não é spoiler dizer que Natasha Romanoff morreu. No filme, ela se sacrifica para recuperar a Joia da Alma (uma das Joias do Infinito) e salvar o mundo. Mas, mesmo antes disso, a Viúva Negra já era uma das personagens mais queridas dos fãs desde que apareceu pela primeira vez em Homem de Ferro 2 (2010).

A Marvel teve quase uma década para desenvolver a personagem antes de matá-la. A pergunta que resta é: por que fazer um filme póstumo?

Por pouco, a primeira vingadora

Na verdade, o filme da Viúva Negra quase saiu antes de Homem de Ferro (2008), que foi o primeiro filme do MCU. Lá no início dos anos 2000, quem tinha os direitos autorais da personagem era a Lionsgate. Era uma época em que a Marvel, para saldar dívidas acumuladas desde os anos 1990, havia cedido os direitos de uso de vários heróis para estúdios de cinema. É por isso que os X-Men pertenciam à Fox – e o Homem-Aranha ainda é da Sony (que não abre mão da sua galinha dos ovos de ouro).

Em 2004, a Lionsgate anunciou que estava produzindo um filme sobre a Viúva Negra. Ele seria roteirizado e dirigido por David Hayter, que já havia trabalhado em X-Men e X-Men 2. A ideia era retratar a origem da heroína.

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Só que o estúdio pulou fora antes mesmo de anunciar o elenco. Em entrevista, Hayter disse que o mercado estava saturado de filmes com “mulheres f*donas” na época: Kill Bill, Tomb Raider, Aeon Flux, Ultravioleta e BloodRayne (embora pouca gente lembre desses últimos). Sendo assim, a produção de Viúva Negra foi cancelada. E olha: ainda bem.

O filme que estreia em 2021 é bem diferente dos exemplos acima. Ele mistura cenas de ação enquanto conta um episódio sensível de uma personagem que já está amadurecida. E mais: dessa vez, Viúva Negra é dirigido por uma mulher. 

“Eu acho que esse é o momento perfeito para fazer o filme, porque mulheres estão procurando personagens com os quais elas possam se identificar. As pessoas estão mais abertas agora”, disse Cate Shortland, diretora do filme, à Super. O seu Viúva Negra explora um lado mais vulnerável da heroína – e explica os acontecimentos que construíram sua personalidade. 

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Shortland também menciona que, hoje, Scarlett Johansson está mais madura e sem medo de se entregar ao papel. “Ela quis honrar não só os 10 anos que viveu como a personagem, mas também o que aconteceu em Ultimato”, diz a diretora. “Acho que não seria um filme tão interessante se ele tivesse sido feito em 2012.”

Passando o bastão

Outro motivo para lançar o filme agora é que ele não conta apenas a história da Viúva Negra. Quer dizer, ele também é sobre uma outra Viúva Negra: Yelena Belova, irmã postiça de Natasha interpretada por Florence Pugh (Midsommar, Adoráveis Mulheres).

Na história, as duas foram adotadas por agentes soviéticos quando eram crianças. Alexei Shostakov (David Harbour) e Melina Vostokoff (Rachel Weisz) assumiram o papel de pais até que as irmãs tivessem idade suficiente para entrar no Salão Vermelho, um centro de treinamento de Viúvas – mulheres treinadas desde pequenas para serem espiãs e assassinas. Foi lá que Natasha e Yelena ganharam suas habilidades de luta (além de muitos traumas de infância).

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“A Scarlett fala desse filme como uma maneira de entregar o bastão para a irmã”, conta Cate. A frase pode ser entendida de forma metafórica ou literal, já que uma das armas da Viúva Negra é um bastão de eletrochoque. De qualquer forma, tudo indica que outra Viúva ganhará um espacinho nos próximos filmes da Marvel. “Acho que os fãs vão ficar empolgados com Yelena e as possibilidades de histórias que ela pode contar.”

Se Natasha representa o fim da “era Vingadores”, sua irmã mais nova marca o começo da quarta fase de filmes da Marvel. Um começo jovem, irreverente e com muito sotaque russo, diga-se. Já é tradição, mas não custa lembrar: assista ao filme até o final para não perder a cena pós-créditos.

Viúva Negra estreia dia 9 de julho nos cinemas e para assinantes do Disney+ no Premier Access, por um custo adicional de R$ 69,90.

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