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Arqueólogos desenterram 50 sarcófagos na necrópole de Saqqara, no Egito

Os caixões datam de três mil anos atrás - e podem ajudar a reescrever a história da civilização egípcia na região.

Por Carolina Fioratti
19 jan 2021, 17h31

No início desta semana, o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou uma série de descobertas no sítio arqueológico de Saqqara, no Egito. O lugar, que hoje é considerado patrimônio mundial da Unesco, funcionou no passado como um grande cemitério de Mênfis, antiga capital egípcia. E, atualmente, chama atenção por suas várias pirâmides, mosteiros e, claro, artefatos históricos. 

Entre os achados recentes, havia 50 sarcófagos de madeira, enterrados em túmulos de 10 a 12 metros de profundidade. Eles traziam em sua superfície imagens de divindades adoradas à época e trechos do Livro dos Mortos. Como você, leitor da SUPER, talvez se lembre, a crença era que o tal livro ajudava os finados a passarem para o outro mundo. 

Os sarcófagos datam de três mil anos atrás, pertencendo ao período do Novo Império – entre os séculos 16 e 11 a.C. Isso confirma aos pesquisadores que Saqqara não foi utilizada como necrópole apenas durante o Período Tardio, última fase do império egípcio. De acordo com os cientistas, as descobertas podem reescrever a história do local. 

Além dos caixões, foram encontradas máscaras mortuárias e também um templo funerário, onde foi sepultada a Rainha Naert – esposa do Rei Teti, primeiro faraó da sexta dinastia do Antigo Império. Três depósitos construídos de tijolos de barro estavam anexados ao templo, servindo para armazenar oferendas. 

Um santuário dedicado ao deus Anúbis, artefatos em forma de pássaros, um machado de bronze e jogos antigos, como o Senet, também foram desenterrados do local. Além disso, os pesquisadores encontraram diversas peças de cerâmica, que datam do Novo Império. Estas podem indicar evidências sobre as relações comerciais entre Egito e Creta, Síria e Palestina. Você pode conferir imagens das peças obtidas pelos arqueólogos clicando aqui.

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Em novembro de 2020, o Egito já havia anunciado a descoberta de mais de 100 sarcófagos intactos na região, os quais pertenciam à 26ª Dinastia egípcia. O país espera que as descobertas arqueológicas voltem a estimular o turismo, que foi prejudicado desde os levantes de 2011 e também com a pandemia de Covid-19.

Em outubro do último ano, a Netflix também lançou um documentário sobre a necrópole de Saqqara. Quem quiser acompanhar os arqueólogos em suas expedições e saber mais detalhes sobre a história, pode procurar por Os Segredos de Saqqara em seu catálogo do streaming. Veja o trailer: 

 

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