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Como surgiu e como se luta o sumô?

Os primeiros campeonatos profissionais surgiram em 1927

Por Alexandre da Costa
Atualizado em 21 Maio 2018, 15h43 - Publicado em 31 dez 2002, 22h00

Você pode até achar estranho ver dois gigantes quase pelados se agarrando num ringue. Mas não faça piada sobre o sumô para um japonês porque vai dar confusão na certa. Inspirado na briga dos ursos da Ilha de Hokkaido, há registros de combates de sumô há mais de dois mil anos. “No início, as lutas eram rituais dedicados aos deuses”, diz Vander Ramos, um dos três lutadores de sumô brasileiros em Tóquio. “Mas foi no período Nara, no século 8, que o sumô ganhou uma importância maior, quando passou a fazer parte das cerimônias imperiais.”

Sob o patrocínio do imperador, a luta ganhou uma importância tão grande que os astros desse esporte têm hoje status comparado ao de ministros de Estado. Quem se torna um yokozuna (o mais alto estágio que um atleta pode alcançar) vira uma espécie de divindade no país. Os primeiros campeonatos profissionais surgiram em 1927. Hoje, são seis torneios realizados por ano com cerca de 800 lutadores.

Nas principais disputas, que acontecem em Tóquio, os troféus são entregues pelo primeiro-ministro japonês e, em ocasiões muito especiais, pelo próprio imperador. Quem vê a aparência rechonchuda dos lutadores não imagina a dura rotina de treinos que eles enfrentam. Às 6 horas da manhã, eles vão para a arena (dohyo) onde começam a se aquecer para o treino pesado que inclui abdominais, flexões de braço e uma série extenuante de outros exercícios e lutas. Depois de quatro horas de treino, eles param para o almoço, cujo prato principal é o chankonabe, um ensopado de legumes, verduras, carne com osso e macarrão. A combinação perfeita para repor as energias e voltar à luta.

O ritual

Cabeça Feita
Conhecido como mage, o penteado do lutador indica o estágio em que ele se encontra. Só pode ser cortado na cerimônia de aposentadoria do lutador.

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Dieta reforçada
Apesar da desgastante rotina de treinos, o lutador de sumô pesa, em média, 160 quilos. O segredo: uma dieta reforçada de 16 mil calorias (o que uma pessoa normal come na semana inteira).

Fio-dental
Chamada de mawashi, a (pouca) roupa se resume a uma faixa de pano amarrada na cintura com uma espécie de avental com cores representando a região de origem do lutador.

Sal para purificar
Antes do início da luta os lutadores seguem um ritual que pode durar mais de cinco minutos: bebem o chikaramizu (água comum, que eles acreditam ser fonte restauradora de força), jogam sal diante de si e no ringue

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Olho no olho
Depois do ritual, os dois lutadores ficam agachados se encarando, de joelhos abertos, procurando maior equilíbrio até que a luta começa.

Últimos segundos
A luta é simples e geralmente não dura mais que 30 segundos. Ganha aquele que fizer com que o oponente toque qualquer parte do corpo no chão (além do pé) ou saia do ringue. Assim que isso acontece, o juiz levanta o braço com uma espécie de leque e a luta acaba.

Quem manda é o juiz
Chamado de gyoji, o árbitro do sumô é a autoridade máxima dentro do ringue de 4,55 metros de diâmetro. Quanto mais velho, mais alto o degrau que ele ocupa na modalidade.

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Proteção divina
Depois da “purificação”, os lutadores se agacham e esticam os braços para os lados, com as palmas voltadas para cima e para baixo, pedindo a proteção do céu e da terra.

Empurra-empurra
São proibidos socos, pontapés, puxões de cabelo e mordidas. As rasteiras e os empurrões são os principais movimentos que tornam os golpes parecidos com os do judô.

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