Troca – Até 2500 a.C.
Para conseguir leite, um artesão que só faz sapatos precisa encontrar um produtor disposto a trocar leite por sapatos. Numa sociedade sem moeda, a saída é a troca de bens, que limita muito o comércio
Primeiras moedas – Até 650 a.C.
Soldados romanos precisam receber algo que valha para trocas. O pagamento é feito com sal (origem do nosso “salário”), conchas, pregos e manteiga
Especialização – A partir de 640 a.C.
Já que é possível trocar produtos por uma moeda, os artesãos não precisam se preocupar em diversificar a produção. Quanto melhores forem seus sapatos, mais moedas você vai ganhar por eles. Assim, vale a pena se especializar em um só serviço
Moeda moderna – 575 a.C.
Ouro, sal e prata valem seu peso, mas nem toda moeda tem valor tão literal. Os gregos fazem a primeira desvalorização: em vez de converter 6 mil dracmas em 1 talento, que seria natural, a cotação passa a ser de 6 300. A diferença vai para os cofres públicos
Inflação – A partir do século 1 a.C.
O excesso de moeda faz com que ela valha menos (é a lei da oferta e da procura). É necessária mais moeda para comprar algo, os preços sobem e surge a inflação
Voltando ao passado – Século 5
A ruína do Império Romano faz nascer pequenos e fracos reinos feudais. Sem um Estado forte, o comércio internacional quase desaparece e deixa de haver interesse na cunhagem de moedas em alta escala. Volta o escambo
Renasce a moeda – Século 12
Para financiar as cruzadas, nobres vendem seus bens. A Igreja, através da Ordem dos Templários, cumpre o papel dos banqueiros e também passa a financiar as expedições
Contra a usura – Século 12
A Igreja proíbe que a dívida do nobre que parte para a Cruzada seja cobrada com juros – alegava que tirar proveito do esforço da evangelização é pecado. No Concílio de Viena, um século e meio depois, manda excomungar governantes que admitirem a usura
Casas bancárias – Século 15
Em Veneza, Florença e Gênova, casas bancárias assumem o papel de financiadoras. Para driblar a Igreja, desenvolvem letras cambiais: o comprador acerta com o banco para que ele emita um papel com determinado valor. A comissão que cabia aos banqueiros era descontada
Tulipas na holanda – Século 17
Primórdio das ondas especulativas: a flor é usada como dote e trocada por empresas. Logo surge o mercado futuro de tulipas: leva-se um vale para ser trocado na época da colheita
Sistema de law – Século 17
Em Paris, em troca de assumir as dívidas da Coroa, John Law obtém permissão de Luís XIV para fundar um banco. Os depósitos são garantidos não pelas reservas de ouro ou prata, mas pela posse de terras
Papel-moeda – Século 17
Na colônia americana, há um erro de cálculo no soldo dos soldados. Como faltava ouro e prata, eles recebem uma promessa de dinheiro na forma de notas promissórias. Essas notas passam a circular de mão em mão exatamente como o nosso papel-moeda
Prisão – O caso Barings
Em 1995, Nicholas Leeson, um simples operador, quebrou o banco de investimentos onde trabalhava, o ING Barings. Leeson comprou contratos futuros apostando na recuperação da Bolsa japonesa, o que não aconteceu
Bancos centrais – A partir do século 17
A Inglaterra funda o primeiro banco central: o Banco da Inglaterra. Os financiadores obtêm o direito de fazer empréstimos. Com o passar do tempo, o banco assume o monopólio de emissão da moeda. Bancos Centrais passam a ser fundados em todos os países
Muita moeda – Século 18
Revolucionários da América do Norte começam a imprimir um papel-moeda chamado continental. Essa emissão indiscriminada provoca desvalorização e estimula a inflação
Padrão-ouro – Século 19
Na Inglaterra, surge o primeiro padrão monetário internacional. A quantidade de moeda dos países passa a ser determinada por suas reservas em ouro
Abalo de ouro – Século 20
Instituído no Brasil a partir de 1870, e na França e EUA na segunda metade do século 20, o padrão ouro sofre seu primeiro grande abalo em 1914, com a 1ª Guerra. Os países envolvidos têm que emitir papel-moeda sem lastro para arcar com os gastos militares
O fim do ouro – Século 20
Em 1971, o então presidente dos EUA, Richard Nixon, desvincula o dólar do ouro, motivado pela necessidade de emitir papéis para financiar a Guerra do Vietnã. O dinheiro passa a ter como único lastro a confiança que a sociedade deposita nele
Bolsas de valores – Século 20
Em Amsterdã, as primeiras bolsas – locais onde se negociam papéis e ações – surgem no século 17. A ascensão do mercado nos EUA só ocorre a partir da década de 1920
A crash da bolsa – 1929
Wall Street é o centro do mundo. A festa acaba em 1929, quando uma corrida inexplicável para vender papéis quebra a Bolsa de Nova York e o mercado entra em colapso. A queda da renda e dos níveis de consumo nos Estados Unidos afeta o mundo todo
Sob controle – 1933
Para impedir um colapso do capitalismo, o presidente americano Franklin Roosevelt implanta o New Deal, um programa de investimentos públicos para estimular a economia
Moeda de plástico – A partir da década de 20
Cartões de crédito surgem nos EUA para que usuários do automóvel, que começa a se popularizar, não tenham que transportar grandes quantias em viagens. Nos anos 80, surgem cartões inteligentes, com valores predeterminados, e, mais tarde, cartões de débito
Internet – Anos 90
Disponibilidade de dinheiro + mercado ávido por novidades = investimentos em novas tecnologias. A falta de lucros faz empresas e investidores perderem muito dinheiro
Só na confiança – Anos 90
A hiperinflação, mal das economias latino-americanas, era combatida com a paridade fixa entre a moeda local e o dólar. A medida cria déficit comercial, que é compensado por investimentos estrangeiros. Hoje, o câmbio é flutuante: a confiança externa determina o valor da moeda
O dragão acorda – Hoje
A China é a economia que mais cresce no mundo. Para manter o ritmo, precisa resolver a escassez de energia elétrica e os problemas do sistema bancário.
Adam Smith – *1723 +1790
O escocês era filósofo social e defendia o liberalismo. Para ele, o próprio mercado deveria se auto-regular, sem intervenção do governo
Quebra-quebra
A paridade fixa derrubou muitas economias
1994 – México
1997 – Tailândia
1998 – Rússia
2001 – Argentina
Vivendo de juros
Perseguidos durante a Idade Média, os judeus convertiam riquezas em bens transportáveis: metais preciosos e jóias. A eles era vetada uma série de profissões e a posse de terra. Emprestar a juros era uma das formas de obter dinheiro
A crise brasileira
Em 1994, a paridade fixa permitiu o controle da inflação. O problema é que havia uma percepção geral de que o real não valia tanto quanto o dólar. A inevitável desvalorização, em 1999, forçou o país a adotar o câmbio flutuante
John M. Keynes – *1883 +1946
O mais influente economista do século 20 defendia uma política de intervenção do Estado que, além de garantir a oferta da moeda, também deveria assegurar gastos
Dois lastros
Até a metade do século 20, uma moeda só tinha valor se tivesse um equivalente em ouro. Mas o mundo já conviveu com o sistema bimetálico: ouro e prata eram usados como lastro. O ouro só se tornou padrão no século 19
George Soros
Em 1992, o investidor apostou US$ 10 bilhões na desvalorização da libra. O Banco da Inglaterra tentou proteger a moeda, mas perdeu a batalha. Soros embolsou US$ 1 bilhão
Ninharia
A Bíblia diz que Judas recebeu 30 moedas de prata pela traição a Jesus. A quantia em denários romanos, a moeda da época, não comprava nada além de um escravo, artigo muito barato naquele tempo
Do barulho
Os suprimentos do governo francês sempre chegavam com atraso às colônias. Assim, os soldados recebiam “promessas” de pagamento. A matéria-prima mais à mão eram cartas de baralho, que passaram a ser usadas oficialmente
O truque de Law
Mapas de terras com minas convenciam os interessados em comprar seus papéis. A expectativa de ganhos fez a procura subir, transformando-se em violenta especulação. Nem terras nem ouro apareceram para restituir os papéis
FMI
Em 1944, representantes de 44 nações (entre elas o Brasil) decidiram criar o Fundo Monetário Internacional. Seu papel era auxiliar países na regulamentação do padrão ouro, evitando inflação e desequilíbrios – a qualquer custo