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DNA revela origens surpreendentes de bebê da Idade do Cobre

Os ossos podem revelar rotas migratórias pouco exploradas pela arqueologia.

Por Manuela Mourão
11 jul 2025, 18h00

No fundo de um poço próximo a Faenza, uma cidadezinha no nordeste da Itália, arqueólogos encontraram dois dentes e minúsculos pedaços de osso. A ossada faz parte dos restos mortais de uma criança que viveu cerca de 5 mil anos atrás.  

O bebê, que morreu por volta dos 17 meses de idade durante a Idade do Cobre, pode ser uma peça-chave para compreender antigas rotas migratórias e conexões culturais na Europa pré-histórica. Usando uma combinação de tecnologias de ponta — que incluíram análise de DNA antigo, análise dentária e datação por radiocarbono —, uma equipe liderada pela Universidade de Bolonha conseguiu extrair informações valiosas dos materiais altamente degradados. O estudo publicado na revista Journal of Archaeological Science.

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“Nosso estudo mostra que mesmo os restos mais degradados podem revelar informações importantes quando examinados com métodos avançados”, afirmou Owen Alexander Higgins, pesquisador e autor principal do estudo, para a Archeology Magazine.

A análise dos dentes revelou que a criança teve um início de vida saudável, sem sinais de desnutrição ou estresse precoce. O sexo foi determinado como masculino graças a uma análise combinada de proteínas do esmalte dentário e do DNA extraído dos fragmentos ósseos.

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Mas a descoberta mais intrigante estava no DNA mitocondrial, que é herdado exclusivamente da mãe. O bebê pertencia ao haplogrupo V+@72, uma linhagem extremamente rara entre os europeus modernos e até hoje detectada apenas em um único outro indivíduo antigo, encontrado em uma necrópole na Sardenha, também na Itália.

Hoje, essa linhagem é mais comumente associada ao povo Sami do norte da Europa (especialmente no norte da Noruega e Suécia) e a populações costeiras da região de Cantábria, na Espanha.

A presença desse haplogrupo no norte da Itália durante a Idade do Cobre aponta para possíveis conexões maternas de longa distância, sugerindo que migrações ou trocas culturais complexas podem ter ocorrido — mas que ainda não foram bem documentadas pela arqueologia tradicional.

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