Especial: 35 anos da Super
Quando a Super nasceu, parecia vinda de outro planeta. Era a primeira revista de ciência do Brasil, e trouxe um novo universo: cheio de coisas que a imprensa não abordava, e as pessoas nem sabiam que existiam. Ela é assim até hoje – e, neste mês, está completando três décadas e meia. Conheça um pouco dessa história.
Edição 0 – setembro/1987
A era do robô Sapiens
Tinha 20 páginas, e veio encartada em cinco revistas da Editora Abril: Veja, Playboy, Quatro Rodas, Bizz e Cláudia. Era uma amostra de como seria a Super, e trazia uma reportagem sobre os primeiros robôs autônomos, textos sobre astronomia e comportamento animal, mais as seções Notícias Superinteressantes e Perguntas Superintrigantes (“por que a bússola aponta para Norte?”; “como surgiram os nomes das notas musicais?”).
Edição 1 – outubro/1987
A revolução dos supercondutores
Suas 88 páginas eram uma explosão de conteúdo: apresentamos os supercondutores (cujos inventores viriam a ganhar o Prêmio Nobel), imaginamos os limites da física (como seria viajar na velocidade da luz?), narramos uma nova era da biologia (com os primeiros passos da engenharia genética). A revista fez tanto sucesso que chegou a ser republicada 12 meses depois: muita gente que se tornara fã da Super queria completar sua coleção.
Edição 2 – novembro/1987
Einstein: o homem que modestamente mudou o mundo
Contamos a vida e as ideias de Einstein, exploramos a ciência de ser canhoto, os primeiros momentos após o Big Bang e antecipamos os aviões stealth, invisíveis ao radar. Na seção de notícias: a Nasa criara um sistema de cancelamento de ruído (hoje usado nos fones de ouvido), e a operadora americana Bell apresentava o primeiro telefone (fixo) com reconhecimento de voz.
Edição 7 – abril/1988
SOS ozônio – o planeta em perigo
A ciência estava descobrindo que os CFCs, gases usados em geladeiras, destruíam a camada de ozônio. Apresentamos o problema, que a indústria química ainda negava. Publicamos, em oito páginas, as primeiras imagens de um embrião humano capturadas por um microscópio eletrônico. E fomos a Toulouse conhecer o Airbus A320: o primeiro avião comercial fly-by-wire (totalmente eletrônico).
Edição 9 – junho/1988
Holografia: imagens de luz em três dimensões
A capa trazia um holograma: um cavalo marinho que parecia flutuar na água. A produção e a impressão dessa imagem (capturada com fotografia a laser) foram revolucionárias para a época. Também abordamos o clima em outros planetas e o Projeto Genoma Humano: que estava começando, com a ambiciosa meta de decodificar o DNA da espécie em 15 anos (acabou conseguindo em 13).
Edição 19 – abril/1989
Relatividade: a máquina do tempo de Einstein
Edição 30 – março/1990
Viver no espaço – o diário de um cosmonauta
Publicamos com exclusividade o diário do russo Valentin Lebedev, que narra seus 211 dias a bordo da estação espacial Salyut 7. Ele conta que queimou os olhos fotografando o Sol, compara sua rotina à de uma peixaria e lembra a alegria ao receber uma encomenda da Terra. Nas notícias, a novidade era a radioterapia: um tratamento revolucionário contra câncer (hoje usado em todos os hospitais).
Edição 35 – agosto/1990
O incrível salto da física quântica
Coisas que podem estar em dois lugares, e assumir dois estados, ao mesmo tempo. Exploramos as esquisitices da mecânica quântica, falamos dos telescópios espaciais que poderiam superar o recém-lançado Hubble, e apresentamos inovações tecnológicas como o CD regravável – e um videocassete que capturava os programas da TV sem nunca perder o final deles (um problema bem comum na época).
Edição 69 – junho/1993
O mundo sem petróleo
O aquecimento global era um conceito relativamente novo, que as empresas de petróleo ainda negavam. Mas a ciência já sabia que ele teria de ser enfrentado – e investigamos as primeiras soluções. Como um tal de Toyota Prius, protótipo de carro híbrido movido a gasolina e hidrogênio (um combustível limpo). Ele era considerado inviável, mas acabou sendo lançado em 2001 – com um motor elétrico e baterias no lugar do hidrogênio.
Edição 71 – agosto/1993
Deus, a Ciência e eu – Stephen Hawking
Uma breve história do tempo, de 1988, transformara Hawking em celebridade global. Agora ele estava lançando História do tempo: um guia para o leitor. Publicamos os melhores trechos do livro, em que o físico lembra suas origens (“eu era um menino bem normal, lerdo para aprender a ler”), conta a luta contra a esclerose lateral amiotrófica e explora conceitos como o “Big Crunch”, o possível fim do universo.
Edição 78 – março/1994
O clima está louco
E “os sintomas são neve, chuva e calor fora de hora”, dizíamos já no título. Hoje os distúrbios climáticos são uma ameaça familiar, mas na época eram uma novidade assustadora. A reportagem cita a análise feita por “um supercomputador Cray YMP8/864, do centro meteorológico de Bracknell, em Londres”, que previu um colapso climático para o século 21. Ainda não aconteceu. Mas o relógio continua correndo.
Edição 124 – janeiro/1998
Os mares estão subindo
Edição 145 – outubro/1999
Você fala com os objetos… e eles obedecem
Edição 197 – fevereiro/2004
Evangélicos: quem são eles?
“Um a cada seis brasileiros já é evangélico – e o número continua crescendo”, relata a reportagem, sobre as origens de uma onda que começava a ganhar força (hoje, um em cada três brasileiros é evangélico). Quebramos a cabeça para explicar o entrelaçamento quântico, um dos fenômenos mais estranhos da física, e apresentamos gadgets incríveis para a época – como um rádio que sintonizava emissoras da internet.
Edição 201 – junho/2004
O Gmail acabara de ser lançado, encantando o mundo com seu 1 GB de espaço para mensagens (200 vezes mais que os outros serviços da época). Isso inspirou nossa matéria de capa, sobre os próximos passos da empresa e suas rivais. Como a Microsoft, que ainda era dominante – e preparava “chumbo grosso na direção do Google”. Não rolou, e o Google (que a ilustração de capa, meio bizarra, retratou como um Godzilla) venceu.
Edição 219 – novembro/2005
Quando a vida começa?
Um embrião humano recém–fecundado já é uma pessoa, e deve ser tratado como tal, ou é apenas um aglomerado de células? E até que ponto é justificável adiar a morte – ou fazer o oposto, e abreviar a vida – de um doente terminal que está sofrendo? Em duas capas, publicadas em sequência, mergulhamos no que a ciência, a história e a filosofia tinham a dizer sobre os momentos mais críticos da existência humana.
Edição 221 – dezembro/2005
Quando a vida termina?
Edição 236 – fevereiro/2007
Lost e o fim da TV
Hoje o streaming domina, e as pessoas assistem cada vez menos TV, seja aberta ou a cabo. Parece natural. Mas em 2007, quando antecipamos essa tendência numa matéria de capa, ela era uma aposta radical: o YouTube, criado em 2005, só tinha vídeos de bichinhos e conteúdo amador, e o Netflix era medieval – apenas um serviço que enviava filmes gravados em DVD, pelo correio, para seus assinantes nos Estados Unidos.
Edição 240 – junho/2007
Darwin: o homem que matou Deus
“Charles Darwin criou o homem. Ou, pelo menos, inventou o que hoje conhecemos como homem.” Assim, em tom épico, começa esta reportagem sobre um tema igualmente grandioso: a Teoria da Evolução, que Darwin levou mais de 30 anos para elaborar e publicar – e revolucionou a compreensão das origens da vida.
Edição 247 – dezembro/2007
A última chance de salvar a Terra
Pela primeira vez, a capa da Super abandona sua tradicional cor vermelha: lançamos uma edição extra verde, em que todos os textos tratavam de ecologia e sustentabilidade.
Edição 250 – março/2008
A cadeia como você nunca viu
Entrevistamos vários presos e suas famílias para descobrir detalhes pouco conhecidos sobre a rotina nas cadeias do Brasil: nas quais era preciso pagar para dormir num colchão, muitos detentos já possuíam celular (um deles tinha até um cachorro na cela) e havia fartura de drogas – mas a bebida alcoólica, produzida lá dentro, era caríssima.
Edição 258 – novembro/2008
Ansiedade
Edição 263 – março/2009
Cachorros: por que eles viraram gente
Edição 271 – novembro/2009
A pílula da inteligência
Alguns estudos científicos apontavam que o modafinil, um remédio desenvolvido para tratar narcolepsia (sonolência diurna), aumentava a performance em testes de inteligência. Contamos a história dele e o testamos na prática: nos submetemos a dois testes clínicos, com um psiquiatra, antes e depois de consumir a substância por uma semana. Deu o contrário ao esperado: sob efeito do remédio, nosso editor perdeu 8 pontos de QI.
Edição 277 – abril/2010
Chico Xavier: uma investigação
Edição 287 – janeiro/2011
Destino existe?
Edição 290 – abril/2011
A fúria da natureza
Um terremoto e um tsunami atingiram o Japão, deixando mais de 20 mil mortos e causando um acidente na usina nuclear de Fukushima. Todo mundo ficou assustado e perplexo. Inclusive a redação da Super, em que todos os jornalistas se juntaram para fazer esta reportagem sobre a ciência e as probabilidades das catástrofes naturais. Em quatro dias e noites, apuramos e escrevemos a matéria de capa (algo que normalmente leva meses).
Edição 301 – fevereiro/2012
Como fazer um superbebê
Edição 304 – maio/2012
Pequenos psicopatas
Conseguimos convencer as mães e os pais de cinco famílias, e os psiquiatras que os atenderam, a revelar as histórias de seus filhos: crianças capazes dos atos mais violentos e assustadores. O resultado foi uma matéria de capa impactante – que até hoje está entre as mais lidas no site da Super (onde, aliás, você também pode ler todas as edições da revista publicadas ao longo destes 35 anos).
Edição 308 – ago/2012
O futuro: como ele será. E como não será.
Edição 317 – abril/2013
Por que tudo custa tão caro no Brasil
São os impostos. Mas não só. Nesta reportagem, que repercutiu bastante, desvendamos a ciência da formação de preços: exploramos todos os fatores envolvidos, desde a macroeconomia pura (o Brasil vinha de uma década de crescimento, o que elevou a demanda e inflacionou os preços) até elementos menos comentados, como o chamado “lucro Brasil” – as altas margens aqui cobradas pelas empresas.
Edição 323 – setembro/2013
OVNIs no Brasil: os arquivos secretos dos militares
Fomos ao Arquivo Nacional, em Brasília, consultar mais de 2.600 páginas de documentos históricos confidenciais, que tinham acabado de ser liberados pelas autoridades – e contam histórias intrigantes sobre os avistamentos de objetos voadores não-identificados nos céus do país entre 1952 e 2010.
Edição 326 – dezembro/2013
Sono: nunca dormimos tão mal
Enviamos uma jornalista, um designer e um motorista para dormir no Instituto do Sono de São Paulo. Eles tiveram suas ondas cerebrais e os sinais vitais monitorados, e nós publicamos os resultados, que revelam as diferenças fisiológicas entre dormir bem e dormir mal – um problema que estava se tornando onipresente, e cujas causas exploramos nesta capa.
Edição 327 – dezembro/2013
O fim do carro (como você conhece)
Edição 329 – fevereiro/2014
1499: O Brasil antes de Cabral
Edição 330 – março/2014
Os EUA no golpe de 1964
Edição 333 – maio/2014
Nazismo S/A
Edição 343 – fevereiro/2015
Maomé: a face oculta do criador do Islã
Edição 349 – julho/2015
Estupro – o mais acobertado dos crimes
Os dados oficiais afirmavam que, a cada ano, 50 mil pessoas eram estupradas no Brasil. Mas o número real pode ser muito maior: nos Estados Unidos, um estudo estimou que 19,3% das mulheres (e 1,7% dos homens) acabam sendo vítimas. Corajosa e impactante, a reportagem revelou dados como esses – e mostrou como a sociedade acoberta um crime hediondo.
Edição 350 – agosto/2015
A era da mentira
Edição 358 – março/2016
20 segredos que os médicos não contam
Edição 362 – julho/2016
Seu segundo cérebro
Edição 374 – maio/2017
Mengele: as três vidas do anjo da morte
Edição 380 – outubro/2017
O remédio mais perigoso do mundo
Os analgésicos opioides matam mais de 100 mil pessoas por ano nos EUA. Em 2017, quando esse fenômeno estava apenas começando, contamos como ele surgiu: a indústria farmacêutica driblou o governo e enganou os médicos, que passaram a receitar esses medicamentos de forma indiscriminada – criando uma enorme legião de pacientes viciados.
Edição 384 – janeiro/2018
Bitcoin – A maior febre da história do dinheiro
Ele estava em seu primeiro pico: em poucos meses, a cotação tinha subido quase 2.000%. Aquilo era insano, e todo mundo queria saber até onde poderia ir. Mergulhamos na história da economia e na tecnologia das blockchains para entender o futuro do Bitcoin, cujo ciclo acabaria se repetindo: ele despencou, estacionou e em 2021 disparou, para cair novamente em 2022.
Edição 387 – abril/2018
Stephen Hawking
Edição 393 – setembro/2018
O país do agrotóxico
Edição 394 – outubro/2018
A era da burrice
A internet começava a ficar saturada de discussões inúteis, fake news e besteiras absurdas, enquanto a política e a mídia se tornavam rasas e chulas. Hoje tudo isso é rotina, mas na época era novidade – com o mundo parecendo mergulhar na burrice. Aparentemente, estava mesmo: estudos em nove países europeus revelavam, pela primeira vez na história, um declínio no QI da população, cujas causas investigamos nesta capa.
Edição 404 – julho/2019
O novo obscurantismo
Tem gente que nega o aquecimento global. Diz que a Terra é plana, rejeita as vacinas e acredita em tratamentos médicos sem base científica. Como pode? Esta capa destrinchou os fatores sociais e psicológicos que levavam cada vez mais pessoas a simplesmente negar a realidade mais evidente – um fenômeno que persiste até hoje.
Edição 407 – setembro/2019
A explosão da solidão
Edição 408 – outubro/2019
Smartphone: o novo cigarro
Edição 411 – janeiro/2020
A vaca transgênica
Edição 414 – abril/2020
Vírus: vida e obra do mais intrigante dos seres
Edição 415 – maio/2020
O mundo pós-coronavírus
Edição 416 – junho/2020
A reconstrução
Edição 417 – julho/2020
A corrida pela vacina
Edições 414, 415, 416, 417 e 418
Abril a agosto/2020
Coronavírus
Desde a Gripe Espanhola de 1918, o mundo esperava a próxima pandemia. Finalmente aconteceu. Tudo parou, a vida mudou, e a Super publicou esta sequência de cinco capas sobre o tema – seguidas por mais quatro em 2021, num esforço de reportagem que nos rendeu o Prêmio Mais Admirados da Imprensa de Saúde, concedido pelo Hospital Albert Einstein.
Edição 419 – setembro/2020
A nova era nuclear
A Rússia desenvolveu mísseis hipersônicos e outras armas ultramodernas, que os EUA ainda não tinham. Os americanos reagiram cancelando um tratado antimísseis e avançando as fronteiras da OTAN. Adivinhe o que acontece depois. Esta reportagem previu, com um ano e meio de antecedência, o atual conflito geopolítico entre as duas potências. Mostramos, inclusive, onde ele poderia começar: Síria ou Ucrânia.
Edição 428 – junho/2021
A origem do vírus
A hipótese “oficial” afirma que o Sars-CoV-2 surgiu em animais vendidos num mercado de Wuhan. Mas isso nunca foi provado. E começaram a surgir informações apontando para outra possibilidade: de que o vírus tenha escapado acidentalmente do Instituto de Virologia da cidade, que fazia pesquisas com coronavírus de morcego. Apresentamos essa polêmica, que segue indefinida – e pode reescrever a história um dia.
Edição 431 – setembro/2021
OVNIs: os avistamentos
O Pentágono produziu um relatório, para o Comitê de Inteligência do Congresso dos EUA, sobre 144 aparições de objetos não-identificados nos céus do país entre 2004 e 2021. Ele é confidencial, mas parte das informações foi divulgada, incluindo vídeos mostrando objetos com trajetórias estranhas. Nesta capa, exploramos a maior revelação sobre OVNIs desde os anos 1960 – que inclui histórias de deixar o cabelo em pé.
Edição 433 – novembro/2021
O remédio mais caro do mundo
Edição 435 – janeiro/2022
O enigma do Alzheimer
Edição 436 – fevereiro/2022
O futuro da Covid
Edição 439 – maio/2022
Os psicobióticos
Uma década após “A pílula da inteligência”, voltamos às experiências farmacológicas nesta reportagem: passamos um mês tomando um novo medicamento feito de bactérias, que promete alterar o microbioma do corpo e, com isso, reduzir a ansiedade. É o primeiro de uma nova classe de drogas, que tentam explorar a conexão entre cérebro e intestino – tema que apresentamos na capa “Seu segundo cérebro”, de 2016 (veja acima).
Edição 443 – setembro/2022
A deste mês
A você que nos acompanha faz tempo, ou está chegando agora, nosso muito obrigado. Usamos toda a nossa força para buscar o que há de mais relevante e surpreendente no mundo, e apresentar a você da forma mais clara possível – é por isso que, depois de ler um texto da Super, você realmente entende os assuntos, mesmo os mais complexos. Foi assim a cada linha, de cada matéria, destes 35 anos. E que venham muitos mais.