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Esta múmia sul-americana tem tatuagens diferentes de todas já encontradas

Corpo de mulher que viveu há 800 anos preserva desenhos peculiares – feitos com uma tinta única e rara.

Por Bela Lobato
29 Maio 2025, 10h00

Tatuagens estão longe de ser uma moda dos jovens contemporâneos: ao longo de toda a história há registros de tattoos, em diferentes épocas e regiões do globo, incluindo em múmias – mesmo que elas sejam difíceis de serem identificadas, já que a pele é um dos primeiros tecidos a se perder na decomposição.

É por isso mesmo que corpos mumificados são tão importantes para revelar a história das tatuagens. Muitas múmias sul-americanas, especificamente, foram preservadas em desertos costeiros e por isso conservam seus tecidos moles – incluindo a pele. Por causa disso, pesquisadores conseguiram identificar um padrão de tatuagens único e peculiar no rosto de uma múmia de uma mulher sul-americana que está atualmente armazenada na Itália. 

Ninguém sabe exatamente qual a origem da múmia, que, há quase um século, foi doada como parte de um lote de “artefatos sul-americanos” para o Museu Italiano de Antropologia e Etnografia. Pois é: até pouco tempo atrás, o contrabando de restos mortais, artefatos culturais e fósseis ocorria com frequência e sem fiscalização – principalmente vindo de países das Américas, África e Ásia com destino para a Europa. 

Seria importante saber exatamente de onde esta múmia foi retirada, já que o contexto pode acrescentar valiosas informações sobre o sepultamento do indivíduo e sobre a sociedade em que vivia. Sem esses dados, os pesquisadores precisaram supor: o palpite é que ela tenha vindo da região de Paracas, na costa Sul do Peru, onde outras múmias foram encontradas sentadas na mesma posição.

Fotografia da múmia sul-americana armazenada em um museu na década de 1930.
A múmia sul-americana, em um museu na década de 1930. (Mangiapane et al, Journal of Cultural Heritage/Reprodução)
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A datação por radiocarbono dos tecidos que ainda estão presos ao corpo da mulher aponta que ela viveu entre 1215 e 1382 d.C., ou seja, há cerca de 800 ou 700 anos. As análises foram publicadas na revista científica Journal of Cultural Heritage.

Suas tatuagens não são muito evidentes, já que a mumificação escureceu e danificou sua pele. Para enxergá-las melhor, a equipe utilizou uma série de técnicas de imagem, com diferentes comprimentos de onda que permitem revelar as tattoos sem destruir o tecido da múmia. 

A mulher tem uma pequena tatuagem em formato de S em um dos pulsos – um local do corpo relativamente comum para se tatuar nas culturas daquele contexto e época. Entretanto, o destaque desta múmia são tatuagens nas bochechas, de três simples linhas.

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“As três linhas de tatuagem detectadas são relativamente únicas: em geral, marcas no rosto são raras entre os grupos da região andina, e ainda mais raras nas bochechas”, escreveram os autores.

Não só. A composição química da tinta preta também surpreendeu os pesquisadores: em vez de ser feita de carvão vegetal, como é mais comum, a tatuagem foi feita de magnetita, um minério de ferro preto. Esse tipo de pigmento nunca foi encontrado em nenhuma outra múmia sul-americana – embora os autores ressaltem que poucos estudos se dedicam a essa análise química, então pode ser que há outras tattoos deste tipo por aí que nunca foram analisadas.

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Alguns materiais à base de carbono também foram encontrados na composição da tinta, mas os autores acreditam que a adição não tenha sido intencional e possa ter ocorrido durante os procedimentos de preparação dos pigmentos. 

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