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Povos neolíticos mutilavam inimigos capturados em batalhas, revela estudo

Pesquisadores encontraram ossos fraturados e membros decepados em fossas coletivas datadas de mais de seis mil anos.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 21 ago 2025, 13h17 - Publicado em 21 ago 2025, 13h00

A ideia de que as primeiras sociedades europeias viviam em relativa paz, sustentadas apenas pela agricultura, já foi contestada há algum tempo. Escavações arqueológicas mostraram repetidamente que esses grupos estavam envolvidos em conflitos violentos. Grandes quantidades de esqueletos são marcados por fraturas e lesões típicas de combate.

No entanto, pesquisadores não sabiam se os fósseis enterrados em grandes fossas de sítios arqueológicos correspondiam ou não aos inimigos da sociedade. Agora, um novo estudo aprofunda essa visão ao apresentar evidências de que comunidades neolíticas, que viveram há mais de seis mil anos, praticavam violência organizada, mutilações e rituais brutais contra seus prisioneiros de guerra.

Em dois sítios no Vale do Alto Reno — Achenheim e Bergheim — no nordeste da França, arqueólogos encontraram restos humanos datados entre 4300 e 4150 a.C.  As conclusões, publicadas no periódico Science Advances, feitas por uma equipe liderada por Teresa Fernández-Crespo, sugerem que populações locais capturaram e executaram de forma cruel invasores estrangeiros. 

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As escavações revelaram fossas coletivas repletas de ossos humanos, muitos com marcas de agressão. O time analisou 82 restos mortais: crânios fraturados, membros decepados e braços arrancados ilustram o destino dos prisioneiros de guerra. O estudo representa algumas das mais antigas provas conhecidas de celebrações de guerra marcadas por execuções e profanação de cadáveres inimigos.

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O que distingue este estudo de descobertas anteriores sobre violência pré-histórica é a precisão com que os cientistas rastrearam a origem das vítimas.

Por meio de análises feitas nos esqueletos, a equipe encontrou diferenças claras entre aqueles que sofreram violência e os que receberam enterros comuns. As “impressões digitais” isotópicas das vítimas indicam que não eram locais — eram membros de grupos invasores, provavelmente. Já os mortos da comunidade local não tinham sinais de trauma.

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Além disso, os registros arqueológicos da região mostram sinais de instabilidade nesse período, com mudanças culturais súbitas e indícios de incursões militares. As novas evidências indicam que não se tratava apenas de confrontos isolados, mas de episódios de conflito sustentado, em que os locais não apenas defendiam seu território, mas ritualizavam a humilhação dos inimigos.

“É provável que as identidades dessas vítimas possam ser atribuídas a inimigos socialmente remotos e não locais que se tornaram troféus ou cativos durante batalhas e ataques. Eles podem ter sido considerados por seus captores como não propriamente ‘humanos’ e, portanto, justificando tal tratamento”, escreve Fernández-Crespo em comunicado.

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