Nova espécie de dinossauro com chifres é batizada em homenagem a Loki
Com chifres enormes e afiados, o dinossauro encontrado na América do Norte recebeu o nome de "Lokiceratops" em referência ao deus nórdico.
Em 2019, arqueólogos encontraram o fóssil de um dinossauro nas terras áridas do estado da Montana, 3,2 quilômetros ao sul da fronteira entre os EUA e o Canadá. Depois de montar o crânio, que está quase inteiro, eles perceberam que o espécime era um novo tipo de dinossauro.
O Lokiceratops rangiformis tinha dois grandes chifres afiados e assimétricos semelhantes aos de um cervo na parte superior do folho. “Folho” é a grande placa óssea parecida com um escudo encontrada nos outros dinossauros de seu grupo, os ceratopsianos – que inclui também o famoso Triceratops.
Um herbívoro de aproximadamente 6,7 metros de comprimento e que pesava 5 toneladas, o Lokiceratops faz parte do subgrupo chamado de Centrosaurinae. Dentro desta subdivisão, ele é o maior já encontrado na América do Norte; seus chifres são mais robustos do que os de qualquer um de seus outros quatro primos diretos já conhecidos. (Ainda assim, ele é menor que outros dinossauros chifrudos da família de ceratopsianos, como o Triceratops.)
O estudo foi publicado nesta quinta (20) na revista PeerJ e teve a colaboração de 13 cientistas dos EUA, do Canadá, do Panamá e do Reino Unido.
No final do período Cretáceo, logo antes da extinção em massa, ocorreu um grande florescimento de dinossauros com chifres na América do Norte. Duas famílias diferentes desenvolveram uma grande variedade de chifres, espinhos e folhos, usando seus acessórios de cabeça para atrair parceiros e desafiar rivais.
Os fósseis recuperados dessa região sugerem que os dinossauros com chifres viviam e evoluíam em uma pequena área geográfica. “Anteriormente, os paleontólogos acreditavam que, no máximo, duas espécies de dinossauros com chifres poderiam coexistir no mesmo local e época. Incrivelmente, identificamos cinco vivendo juntos ao mesmo tempo”, diz Mark Loewen, coautor do estudo e paleontólogo do Museu de História Natural de Utah.
“Achamos que os chifres desses dinossauros eram análogos ao que os pássaros fazem com as suas plumagens”, diz Joseph Sertich, coautor do estudo e paleontólogo do Smithsonian Tropical Research Institute e da Colorado State University. “Eles os usavam para seleção de parceiros ou reconhecimento de espécies.”
Como o crânio estava destinado a um museu na Dinamarca, a equipe batizou o animal com o nome do deus nórdico Loki. “Os chifres realmente se parecem com o capacete que Loki usa”, disse Loewen em entrevista ao New York Times.
Estima-se que o Lokiceratops tenha vivido há 78 milhões de anos, no que antes era o continente da ilha cretácea de Laramidia, onde hoje é a América do Norte. A espécie é pelo menos 12 milhões de anos mais antiga do que seu parente maior e mais famoso, o Triceratops.
“O Lokiceratops nos ajuda a entender que estamos apenas arranhando a superfície quando se trata da diversidade e das relações dentro da árvore genealógica dos dinossauros com chifres”, diz Loewen.