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O Islã é uma religião tolerante

Houve um tempo em que judeus e cristãos viviam em paz em terras islâmicas. Se já foi assim no passado, dá para sonhar com um futuro de tolerância entre as 3 grandes religiões

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h35 - Publicado em 5 abr 2012, 22h00

Textos Eduardo Szklarz

Fundamentalismo, escritores ameaçados, pregação contra “infiéis”, atentados terroristas… É tanta notícia negativa, que muitos esquecem que a religião de Maomé tem uma longa história de tolerância. Ela começou no século 7, quando os califas (sucessores do profeta) partiram da Arábia para conquistar Oriente Médio, norte da África, sul da Europa, Índia e parte da China. Assim, o islã criou uma civilização multinacional que emergiu como a maior potência do planeta.

Judeus e cristãos eram tolerados nessas terras por serem “os povos do livro”. Na visão dos califas, eles mereciam mais respeito que os pagãos, porque seguiam as escrituras reveladas antes de Maomé – a Torá e a Bíblia – e suplantadas pelo Alcorão. Por isso, os monoteístas viviam em comunidades protegidas, os dimmis, onde podiam seguir sua fé e administrar assuntos domésticos como herança, casamento e divórcio.

Bom exemplo dessa coexistência aconteceu na península Ibérica entre invasão islâmica (no ano de 711) e a reconquista dos reis católicos (1492). Sob as dinastias muçulmanas, a região no sul da Espanha, hoje conhecida como Andaluzia, virou um caldeirão, que daria origem a um estilo de arquitetura singular e a manifestações culturais como o flamenco. “A tolerância era um aspecto inerente à sociedade andaluza”, diz a medievalista, da universidade americana de Yale, no livro The Ornament of the World (“O Ornamento do Mundo”, inédito no Brasil).

Não que os “povos do livro” tivessem plenos direitos. Na verdade, eles eram cidadãos de segunda classe. Além de pagar um imposto especial, o yizya, não podiam testemunhar contra muçulmanos, portar armas ou possuir escravos. Mesmo assim, judeus e seitas cristãs minoritárias viviam melhor na Andaluzia que nos territórios da Cristandade. “Houve perseguições ocasionais durante a dominação muçulmana”, diz o jornalista americano-português Richard Zimler, especialista em religiões comparadas. “Mas nada que se compare à brutalidade da Inquisição Católica”.

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Numa mesquita de Londres, muçulmanos rezam virados para Meca numa sexta-feira que marca o fim do Ramadan (mês sagrado do islamismo, durante o qual se faz jejum desde o amanhecer até o pôr do sol). Um fiel se destaca por usar camiseta com a seguinte mensagem pacifista: “Amor para todos, ódio para ninguém”.

Cinco pilares do Islã


Não há outra divindade além de Deus e Maomé é seu mensageiro.

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ORAÇÃO
Cinco vezes ao dia (alvorada, meio-dia, meio da tarde, crepúsculo e noite).

ZAKAT
É a caridade compulsória, obrigação de ajudar quem precisa.

JEJUM
Do amanhecer até o pôr do sol, durante o mês sagrado do Ramadan.

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PEREGRINAÇÃO
Quem é física e financeiramente capaz deve ir a Meca uma vez por ano.

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