Padres , 500 anos de pulos da cerca
Os padres do baixo clero, que ganhavam mal e exerciam funções burocráticas do governo, tinham uma vida comum à das classes populares portuguesas, com mulher e filhos.
Leandro Narloch
Não é de hoje que padres têm dificuldades em permanecer virgens por toda a vida. No século XVIII, segundo estudo da professora Lana Lage, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, pelo menos 425 padres brasileiros foram processados pela Inquisição por “solicitar”, ou seja, fazer certas propostas às fiéis durante a confissão. Nos conventos, noviças também sofriam com os males da carne. Mais por fofocas populares que por registros oficiais, sabe-se que algumas eram chamadas de “gradeiras”. É que, como os claustros eram fechados por grades, o jeito era consumar o ato pelos vãos das grades mesmo. Sobre os capelães dos engenhos de cana-de-açúcar do Nordeste, Gilberto Freyre, autor de Casa Grande & Senzala, chegou a dizer que alguns deles tinham a função de fazer as escravas procriarem. “O Freyre exagera. Os padres do baixo clero, que ganhavam mal e exerciam funções burocráticas do governo, tinham uma vida comum à das classes populares portuguesas, com mulher e filhos”, diz Luís Geraldo da Silva, professor de História da Universidade Federal do Paraná. A exigência do celibato, instituída no ano 1123, só passou a ser rígida no século XIX, quando a Igreja Católica, separada dos poderes do governo, resolveu distanciar-se da vida comum, em busca de uma imagem sagrada, angelical, comportadinha.
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