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Túmulo construído para o melhor amigo de Alexandre, o Grande, está alinhado com o solstício de inverno

Pesquisa analisou o céu do ano 300 a.C. e a arquitetura do Monumento de Kasta, localizado na Grécia.

Por Manuela Mourão
4 jun 2025, 15h06

Na Grécia, próximo à antiga cidade de Anfípolis, existe um túmulo monumental. O Monumento de Kasta é um enorme monte funerário adornado com esfinges de mármore e mosaicos intricados. Construído há cerca de 2.300 anos, o túmulo pode ter sido erguido para Hephaestion: o melhor amigo, general, guarda-costas (e, sugerido por muitos historiadores, amante) de Alexandre, o Grande.

Um novo estudo sugere que o túmulo foi projetado para se alinhar perfeitamente com o Sol no solstício de inverno, permitindo que a luz invadisse seu interior no dia mais curto do ano.

“É altamente provável que rituais fossem realizados dentro ou ao redor do Monumento de Kasta, especialmente no solstício de inverno e nos dias próximos”, afirma Demetrius Savvides, pesquisador independente e autor do estudo publicado este mês na Nexus Network Journal, para o site LiveScience.

Usando um modelo 3D e o Stellarium – um software de astronomia que reconstrói os céus do passado – Savvides simulou como o monumento teria interagido com o Sol no ano 300 a.C. No dia 21 de dezembro, ele descobriu, os raios solares teriam entrado no túmulo, iluminando completamente a câmara funerária entre aproximadamente 10h e 16h, no horário local.

Mas o espetáculo não se limitava a um único dia. Ao longo do ano, a luz solar interagia com diferentes partes do monumento. No fim de julho, os primeiros raios tocavam a entrada. Durante todo o outono, a luz avançava lentamente na direção de duas esfinges esculpidas que guardam o limiar, até finalmente passar entre elas e alcançar o centro do túmulo no solstício de inverno.

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Savvides defende que isso não foi um acaso. O alinhamento, segundo ele, foi incorporado de forma intencional ao projeto – uma modificação feita durante a construção. “Temas como renovação, vida e ordem cósmica estão profundamente embutidos na simbologia do túmulo”, escreveu ele no estudo.

Essa simbologia também está presente nas obras de arte que decoram o interior: um mosaico detalhado representa Perséfone, rainha do submundo e deusa da vegetação, cuja mitologia gira em torno dos ciclos de morte e renascimento. Outra escultura possivelmente representa Cibele, a deusa-mãe ligada à fertilidade e à regeneração, ao lado de seu consorte Átis, que morre e renasce.

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Mas nem todos estão convencidos. Alguns pesquisadores lembram que os macedônios seguiam um calendário lunissolar, e por isso a data do solstício não era fixa. Ou seja, o dia mais curto do ano não se repetia para os construtores de Kasta. Isso pode indicar que o efeito luminoso era mais difícil de prever, ou talvez nem fosse o objetivo central. 

Além disso, o norte da Grécia costuma ser bastante nublado no inverno. Em muitos solstícios, o Sol poderia simplesmente não aparecer.

Mesmo assim, a descoberta revela novas informações sobre a engenharia da época. Segundo o autor do estudo, o próprio túmulo de Alexandre, o Grande, perdido em algum lugar sob ou além da moderna Alexandria, poderia ter compartilhado alinhamentos solares semelhantes. “O uso de iluminação solar e de um design geométrico preciso era comum na arquitetura helenística”, explicou Savvides. “Era uma forma de governantes como Alexandre reforçarem sua autoridade divina, alinhando-se com as forças cósmicas.”

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