Turismo literário: os melhores destinos para quem ama literatura
Kafka, Neruda, Jorge Amado, Hemingway: faça as malas e siga os passos dos mestres da ficção
Casas de Neruda – Chile
O poeta chileno Pablo Neruda tem três casas- museus dedicadas à sua memoria. La Chascona, em Santiago, tem uma planta caótica, repleta de puxadinhos, e guarda pinturas e obras que Neruda ganhou de amigos, como um retrato de sua companheira de toda a vida, Matilde Urrutía, feita por Diego Rivera. Em Valparaíso, a casa La Sebastiana fica na encosta de um morro – as paisagens da janela mudam a cada andar (no segundo, todo cor-de-rosa, fica o bar onde Neruda preparava seu coquetelón). Isla Negra, isolada na comuna de El Quisco e de frente para o mar, é uma típica casa de acumulador, com muitas quinquilharias, estátuas e coleções.
Museu Franz Kafka – República Tcheca
“Praga não nos deixa fugir. É uma mãe com garras”, escreveu Kafka. O museu do autor de A Metamorfose estuda como a capital tcheca afetou o seu trabalho e ensina a vê-la através do seus olhos. Estão ali primeiras edições de seus livros, cartas e fotos.
Museu Beat – EUA
Este museu de San Francisco é dedicado à Geração Beat, o movimento principalmente literário da década de 1950 que se rebelou contra o modelo quadradão de ordem estabelecido nos EUA após a 2ª Guerra e inspirou a onda hippie e as manifestações estudantis dos anos 1960. O acervo, quase todo doado por amigos dos Beats, coleciona fotos, livros raros, pinturas, discos, pôsteres e objetos pessoais e ensina como a geração emergiu do contexto da Guerra Fria. Jack Kerouac é, naturalmente, o maior destaque, junto de William Burroughs.
Casa dos Bicos – Portugal
Em Lisboa, o edifício do século 16 é sede da Fundação José Saramago, que organiza exposições, recitais, cursos e palestras; algumas com o escritor como tema. Para uma imersão mais intensa no universo de Saramago, é possível se hospedar, por meio do site Airbnb, na Casa Museu Sofia e Tomás, onde ele viveu com a ex-mulher, a também escritora Isabel da Nóbrega entre 1970 e 1986 e escreveu Memorial do Convento. A diária custa a partir de R$ 140.
Cafés literários – França
Cafés parisienses guardam memórias de grandes nomes da literatura do século 20 (alô, Meia-Noite em Paris). A dupla mais famosa é o Les Deux Magots e o vizinho Cafe de Floré, cujas varandas recebiam por horas gente como Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Jean Giraudoux e Ernest Hemingway. Outra visita importante para comer croissant e observar os parisienses à la Baudelaire é o Café de la Mairie (8 Place Saint-Sulpice). Foi lá que rolou o primeiro encontro entre os dois maiores nomes do existencialismo, Sartre e Albert Camus.
A Casa do Rio Vermelho – Brasil
Desde 2014, a casa em que Zélia Gattai e Jorge Amado moraram em Salvador foi aberta ao público. O espaço é o personagem principal do romance de Zélia que se chama, veja só, A Casa do Rio Vermelho. Quem leu o livro pode ver detalhes como o Exu no jardim, com sua oferenda, o quarto do casal e os desenhos de Carybé. Um quiosque conta, com fotos e vídeos, a história da relação de Jorge com o candomblé.