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Google quer injetar chip no olho humano

Empresa registra patente de lente intraocular - que permitiria fotografar, observar as estrelas de perto e até curar a miopia

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 10h37 - Publicado em 16 Maio 2016, 18h15

google lente

Quem sabe um dia tenhamos olhos biônicos, ao estilo da série Black Mirror: primeiro, a Samsung mostrou um conceito de lentes de contato com câmeras e Wi-Fi integrados. Agora, o Google acaba de registrar a patente de um chip inteligente, parecido com as lentes da Samsung, mas com um toque especial: ele seria instalado cirurgicamente dentro do olho, onde ficaria funcionando até quando a pessoa quisesse. 

Os dois chips – um para cada olho – ficariam armazenados em lentes eletrônicas, feitas de um polímero flexível e transparente. A coisa toda seria controlada através de um smartphone ou de um computador, e carregada por uma antena que, de acordo com o Google, usaria como fonte de energia as ondas eletromagnéticas que nos rodeiam o tempo todo – vindas da TV, do rádio e de celulares e de outros dispositivos. Essa ideia de gadget autocarregável, aliás, não é novidade: a Nokia já tem um projeto de celular que funciona exatamente assim, “sugando” a energia do ambiente.   

Por enquanto, tudo não passa de uma patente, sem previsão de chegada a nós, reles mortais. Mas, se o dispositivo for mesmo produzido um dia, quem quiser os olhos melhorados vai ter que passar por um processo cirúrgico: um médico removeria o cristalino (a lente natural do olho humano), colocaria o chip dentro dele e, por fim, enfiaria tudo de volta no seu olho, onde o chip funcionaria como o próprio cristalino – só que em versão melhoradíssima, com Wi-Fi, GPS, Bluetooth e câmeras de alta definição. 

O dispositivo corrigira problemas de visão, como catarata, miopia e presbiopia, mas sua utilidade poderia ir muito além disso: você poderia fotografar e filmar qualquer cena da sua vida, ver um mapa da cidade em tempo real, observar as estrelas sem precisar de um telescópio, interagir nas redes sociais ao mesmo tempo em que conversa com seus amigos na vida real e por aí vai – as possibilidades são muitas. 

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LEIA: Realidade virtual na prática

Antes que os protótipos comecem a ser produzidos, porém, o Google tem uma série de problemas para resolver. Para começar, ainda não se sabe se os sinais de Bluetooth, GPS e Wi-Fi fariam mal aos olhos. Além disso, existe a possibilidade de hackers invadirem os chips – e aí, eles saberiam exatamente onde você está e quem você é, e teriam acesso a todos os seus dados. Isso sem falar que qualquer pessoa ou empresa poderia implantar imagens falsas bem diante dos nossos olhos – tipo o que acontece em Matrix.

Preocupantes ou incríveis, os chips ainda vão demorar para chegar até a gente – se é que algum dia eles vão chegar. Empresas como o Google registram patentes o tempo todo, o que não significa os gadgets revolucionários realmente vão começar a ser produzidos de uma hora para a outra. Por enquanto, continuamos no aguardo de uma tecnologia bombástica que realmente aumente a nossa realidade (Mark Zuckerberg, só falta você). 

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