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O que seria da meditação sem o iê iê iê?

All you need is... ommmmm. Se os Beatles não tivessem entrado na onda, talvez você nunca se interessaria por meditação.

Por Alexandre de Santi
Atualizado em 25 jul 2018, 17h31 - Publicado em 25 jul 2018, 17h23

John Lennon e Ringo Starr descansavam em uma suíte do Manila Hotel, na capital das Filipinas, quando um assistente dos Beatles entrou no quarto e disse em voz baixa: “Arrumem as malas – estamos indo embora daqui”. Naquela manhã de 5 de julho de 1966, o guitarrista e o baterista da banda estavam de roupão, assistindo TV, repousando após dois shows seguidos no dia anterior, em um estádio de Manila. A convocação parecia urgente.

A comitiva do maior fenômeno pop daquela época – e de qualquer outra – pegou as bagagens e os equipamentos da banda e antecipou a chegada ao aeroporto. Quando os Beatles e o seu empresário, Brian Epstein, deixaram seus quartos, descobriram que não havia eletricidade: os corredores estavam escuros, e os elevadores principais do hotel, parados. O grupo de forasteiros saiu em busca dos elevadores de serviço e das escadas, mas encontraram funcionários agressivos pelas dependências do prédio, que gritavam com hostilidade contra os rapazes ingleses. No lobby, não havia concierge ou qualquer pessoa disposta a concluir o check out. Os carros e motoristas colocados à disposição dos homens mais famosos do mundo haviam desaparecido. Os Beatles estavam sendo escorraçados das Filipinas.

Desde a chegada, dois dias antes, a visita ao arquipélago do sudeste da Ásia parecia tensa. George, Paul, John, Ringo e companhia desembarcaram em um aeroporto abarrotado por milhares de fãs e de seguranças armados e de atitude agressiva. Os agentes do governo filipino gritavam com os astros: “Deixem essas malas aqui! Entrem no carro!”. “Estávamos sendo intimidados pela primeira vez. Não era respeitoso”, disse George Harrison após o episódio. “Em todo lugar, havia um grande respeito porque éramos personalidades do showbiz.

Mas, em Manila, era uma vibração negativa desde que descemos do avião, então estávamos um pouco assustados.” As Filipinas, na época, eram comandadas por Ferdinand Marcos, um advogado eleito democraticamente em 1965 que, anos mais tarde, se tornaria ditador. Até 1986, quando foi deposto, o governo de Marcos seria marcado por brutalidade e corrupção. O episódio com os Beatles era um ensaio do autoritarismo que estava por vir. Anexado à agenda oficial dos ingleses em Manila, havia um convite. Às 11h de segunda-feira, dia seguinte ao desembarque, os Fab Four teriam de prestar uma visita à primeira-dama filipina, Imelda Marcos. Em seguida, partiriam direto para o estádio, palco dos shows, o primeiro marcado para as 16h.

Brian Epstein não viu o convite. Ou melhor, talvez tenha visto, mas optou por ignorá-lo – visitas às autoridades não faziam parte da rotina beatle. Seja como for, o governo dava o compromisso como certo, e o Manila Sunday Times havia publicado uma nota confirmando o encontro. Na manhã de segunda-feira, dia dos shows, dois militares acordaram Vic Lewis, um dos agentes dos Beatles, e o assessor de imprensa do grupo, Tony Barrow. Os oficiais estavam lá para combinar os arranjos finais da visita ao palácio.

Barrow, ainda de pijama, explicou que não estava sabendo de nenhum almoço com a primeira-dama, mas, como cortesia, iria repassar o convite a Epstein. “Isso não é um pedido”, disseram os militares, em tom ameaçador. O assessor se vestiu às pressas para discutir o caso com o chefe, mas Epstein estava determinado: os Beatles não iriam ao palácio. Até o embaixador britânico em Manila tentou persuadir o empresário da importância diplomática da missão. Em vão.

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O quarteto, até então alheio ao incidente, acordou às 13h. Os Beatles comeram algo, colocaram o uniforme e seguiram para o primeiro show do dia. Na volta ao hotel, a equipe ligou a TV e assistiu imagens do palácio presidencial ocupado pelos filhos e amigos do casal Marcos à espera dos Beatles. Todos queriam apertar as mãos e tirar fotos com os músicos. A reportagem também mostrou uma Imelda Marcos decepcionada com a ausência dos ingleses. A leitura da imprensa local era transparente: os Beatles haviam insultado a poderosa família presidencial filipina.

Pressentindo a tempestade diplomática adiante, Epstein distribuiu um pedido de desculpas apressado e gravou uma entrevista arrependida para um emissora de TV. John, Paul, George e Ringo seguiram para o segundo show daquela segunda-feira. Mais de 80 mil filipinos assistiram aos Beatles naquele dia, aos berros. Mas a popularidade do quarteto estava em baixa entre as autoridades.

Ao final da apresentação, a comitiva deixou o estádio e não encontrou a escolta policial. Nos portões do Manila Hotel, um grupo de agitadores esperava os Beatles do lado de fora. Eles bateram e chacoalharam o carro, que partiu para cima e conseguiu estacionar na porta do prédio. Eles subiram correndo, perseguidos pelos manifestantes.

Pela manhã, um enviado do governo apresentou uma fatura cobrando os impostos das apresentações. Os agentes dos Beatles argumentaram que os tributos eram responsabilidade do promotor local, mas o filipino insistiu. Nos quartos, os rapazes de Liverpool não receberam o café da manhã – os funcionários do hotel se diziam de greve. O incidente estava na capa dos jornais: “Beatles esnobam a primeira-dama”. Estava na hora de dar no pé.

A comitiva conseguiu chegar ao aeroporto, onde encontrou mais hostilidade. As escadas rolantes haviam sido desligadas, e os próprios astros carregavam seus instrumentos e amplificadores no lombo, escada acima. Novos grupos de manifestantes atrapalhavam o percurso, e taxistas batiam nos vidros das janelas do aeroporto pelo lado de fora. Era uma mistura de idolatria e ódio: fãs tentavam abraçar os Beatles enquanto um grupo de brutamontes uniformizados queria chutá-los. John e Ringo se esconderam atrás de um grupo de freiras. “Eu vi uns cinco [brutamontes] vestidos com uma espécie de uniforme que estavam fazendo de tudo, chutando, vaiando e gritando. Eu estava petrificado, fui bastante empurrado”, contou John Lennon.

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“A maior parte das agressões (felizmente para nós) era direcionada à nossa equipe. Eu acho que o Alf [Bicknell, o motorista dos
Beatles] foi jogado escada abaixo violentamente por um deles”, disse Paul McCartney. A confusão continuou na área de embarque e na pista até o avião. Ao todo, a anarquia durou menos de uma hora, mas pareceu uma eternidade. O quarteto mais famoso do mundo e sua equipe finalmente embarcaram. O destino era Nova Déli, na Índia.

No caminho, Brian Epstein e seus assistentes discutiram em voz alta, e os Beatles deixaram as Filipinas convictos de que as apresentações ao vivo precisavam acabar. “Eu tenho certeza de que aquilo fez a banda repensar muito as turnês. Deve ter sido o último prego no caixão das turnês”, disse Neil Aspinall, um dos gerentes do grupo. Para George Harrison, o horror bateu um pouco mais fundo: “Eu estava apavorado”. Na sua autobiografia, classificou o episódio em Manila como “um dos momentos mais desagradáveis” da sua vida.

A visita beatle à Índia era estratégica: George queria comprar uma cítara. O instrumento já fazia parte do repertório beatle desde os últimos dois discos, Rubber Soul e Revolver, nos quais os sons indianos apareceram em Norwegian Wood e Love You To. O guitarrista estava cada vez mais fascinado pela sonoridade e pela cultura oriental. Mas os Beatles só pensavam em descansar ao final do pesadelo nas Filipinas. “Ninguém queria sair do avião quando chegamos a Déli”, disse George, na sua autobiografia. Depois da escala na Índia, o avião seguiria para Londres, e o guitarrista cogitou deixar Nova Déli para outra hora e voltar para casa.

A curiosidade, no entanto, era grande. O avião pousou, e ele convidou Aspinall para acompanhá-lo num passeio mesmo que John, Paul e Ringo decidissem seguir para a Inglaterra. Foi quando a aeromoça informou que os assentos dos músicos já haviam sido vendidos para outros passageiros, e o grupo precisava desembarcar naquele momento. Foi assim, quase que por um capricho burocrático, abalados pela pior experiência das suas vidas, que os Beatles visitaram a Índia pela primeira vez.

Eles estavam cansados. Desde 1960, os Beatles viviam uma jornada insana. George Harrison, por exemplo, tinha apenas 17 anos quando a banda desembarcou em Hamburgo, na Alemanha, onde tocavam por horas seguidas em palcos abafados da agitada cidade portuária. Os bares forneciam cerveja de graça para os músicos, e os rapazes tomavam anfetaminas para aguentar o tranco. Daí em diante, viveram com o pé no acelerador.

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Quatro anos depois, em 9 de fevereiro de 1964, os Beatles surgiram ao vivo no Ed Sullivan Show para 73 milhões de americanos (quase 40% da população dos EUA em 1964). A fama veio com dinheiro, garotas, prestígio e uma caçamba de inconvenientes. Os rapazes eram caçados na rua pela imprensa e por tietes. Shows caóticos e incidentes como o tumulto nas Filipinas levaram os músicos à estafa – como aconteceria com qualquer um.

Essa rotina bizarra fez com que o quarteto desenvolvesse uma visão idílica da terra de Shiva e Brahma – principalmente George Harrison. Quando pousaram em Nova Déli, exaustos, imaginavam que ao menos poderiam fugir da beatlemania por uns dias, refugiados em um país onde ninguém os reconhecia nas ruas. A ilusão durou até sair do avião.

“A maior decepção que eu tive foi perceber a extensão da fama dos Beatles – porque tinha algumas caras escuras na noite por trás da cerca de arame da pista, todos gritando ‘Beatles! Beatles!’ e nos seguindo”, disse George. Eles deixaram o aeroporto, e os indianos perseguiram o carro em cima de lambretas.

A visita foi rápida, de apenas dois dias. Mas deu tempo de driblar a tietagem na porta do hotel, comprar cítaras e passear por favelas de Nova Déli. George, em particular, ficou impactado com o que viu: as ruas abarrotadas de gente, a pobreza do subúrbio e o contraste entre as construções tradicionais e o legado da colonização inglesa.

Durante o passeio, um tema foi recorrente entre eles. As turnês não faziam mais sentido, principalmente depois do tumulto em Manila. A gritaria dos fãs era tamanha que eles não conseguiam se ouvir no palco – e os equipamentos de som da época não davam conta das grandes arenas. Os Beatles haviam se tornado celebridades que transcendiam a música, como mostrou o incidente diplomático com Imelda Marcos. Todo mundo queria tirar uma casquinha da banda.

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Depois de deixar Nova Déli, no voo de volta para Londres, Brian Epstein já havia sido informado do desejo de suspender as turnês. Contudo, contratos estavam assinados para shows nos Estados Unidos nos próximos meses.
A aposentadoria dos palcos teria de esperar.

O verão de 1966 foi um período tumultuado para o quarteto. John Lennon havia dado a famosa entrevista na qual disse que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo, criando uma onda de boicotes. Uma emissora de rádio e o grupo racista Ku Klux Klan, na Carolina do Sul, queimaram discos da banda, e Lennon recebeu ameaças de morte caso pisasse em Memphis. Em agosto, o grupo chegou aos Estados Unidos para uma turnê que passaria por 14 cidades, onde encontrou o cardápio de sempre: estádios lotados, fãs aos berros e pouco prazer em cima do palco.

Ao final do último show, em São Francisco, em 29 de agosto de 1966, George Harrison teria pensado: “Bem, é isso. Não sou mais um beatle”. Naquela noite, avisou Epstein de que deixaria a banda. O empresário convenceu o guitarrista a ficar no grupo, prometendo longas férias dos estúdios e se comprometendo em nunca mais agendar turnês.

Duas semanas depois, George embarcava para a Índia de novo ao lado da mulher, Pattie Boyd. O plano era ter aulas de cítara com Ravi Shankar, o grande mestre do instrumento, mergulhar na filosofia hinduísta e se afastar do showbiz. Ele se dedicou à cítara, praticou ioga, viajou pelo país e morou por dias em uma casa flutuante em um lago aos pés dos Himalaias.

Esse interesse pela cultura oriental nasceu de uma viagem acidental de LSD. No verão de 1965, George e John estavam em um jantar na casa do dentista dos Beatles, John Riley, que decidiu pingar gotas do alucinógeno no café dos visitantes. Quando perceberam a pegadinha, os músicos deixaram o jantar, mas a viagem durou 12 horas. Nesse período, George sentiu o que descreveu como a “versão mais concentrada do melhor sentimento” que teve na vida. “Foi fantástico. Eu me apaixonei, não por algo ou alguém, mas por tudo”, contou. As drogas passaram a fazer parte do repertório beatle.

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O episódio trouxe questões profundas à mente do rapaz – na época, com 22 anos. Clichês existencialistas como “quem eu sou?” e “para onde estou indo?” começaram a perturbar George. Mas, ao mesmo tempo que convivia com interrogações inquietantes, ele precisava se comportar como um dos maiores astros do mundo, e tinha de conviver com todo o circo que cercava os Beatles, incluindo coletivas de imprensa fúteis e sessões de fotos sorridentes – além da pressão para compor novos hits. Por um ano, o “beatle quieto” viveu em permanente conflito, e os shows caóticos e tumultos como o de Manila (ocorrido um ano depois da experiência com o LSD) incomodaram mais o guitarrista do que seus colegas de banda.

George e Pattie passaram 38 dias na Índia. O casal tentou fugir dos paparazzi, mas os Harrison não conseguiram se manter longe das lentes por muito tempo – e as fotos da exótica viagem beatle pelo Oriente foram publicadas no mundo todo. Na volta, George tinha um compromisso importante com os Beatles: gravar o revolucionário Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

O projeto era, em grande medida, uma empreitada de Paul McCartney, e o guitarrista se manteve alheio a quase toda a produção. Mas deu duas contribuições. A primeira foi a música Within You Without You, que tomou de empréstimo a linguagem da música indiana de Shankar e companhia. A outra foi uma lista de sugestões de nomes que poderiam compor o painel de personalidades da icônica capa do álbum. Por influência de George, quatro gurus hindus estão entre as 69 pessoas da ilustração, em meio a figuras populares do mundo ocidental, como o ator Marlon Brando e o filósofo Karl Marx.George Harrison havia se tornado o maior missionário hindu do Ocidente.

Sgt. Pepper’s foi lançado em maio de 1967, no início daquele que ficou conhecido como o Verão do Amor, uma espécie de movimento social cujo epicentro era São Francisco, na Califórnia. Inspirados pelo rock psicodélico, maconha, LSD e por desejos de amor livre e paz mundial, milhares de jovens americanos (e de outras partes do mundo) estavam conectados na difusa missão de encontrar um novo modo de vida, mais espiritualizado e distante da sociedade de consumo. Nessa busca, incorporaram novas referências filosóficas e místicas – e até medicinais: foi a época em que terapias alternativas de todos os matizes ganharam terreno. Em agosto de 1967, George e a mulher, Pattie Boyd, fizeram um passeio pelo bairro hippie de São Francisco, o Haight-Ashbury.

O guitarrista foi cercado por jovens e tratado como um messias. Mas ele odiou a experiência. Os hippies drogados pareciam mendigos, e George ficou frustrado com a mentalidade local. Imaginou que encontraria pessoas engajadas na sua jornada, a busca de um despertar espiritual, mas viu um culto à maconha e ao LSD. Saiu de lá decidido a se afastar dos entorpecentes.

O guru Maharishi Mahesh Yogi enxergou uma oportunidade de ouro nessa salada. Em 1967, o mestre indiano, líder de uma organização chamada Movimento da Regeneração Espiritual, já havia feito sete turnês mundiais e estava em Londres para divulgar seu método de Meditação Transcendental (assim mesmo, em letras maiúsculas). A técnica consiste em meditar duas vezes ao dia por 20 minutos utilizando um mantra personalizado dado por um instrutor credenciado no movimento do Maharishi. Mas a mensagem do guru ia muito além de oferecer uma ferramenta para acalmar a mente: o indiano pregava uma filosofia de amor universal e descoberta individual que tinha tudo a ver com o Verão do Amor.

Pattie havia sido iniciada na Meditação Transcendental meses antes – e já tinha seu próprio mantra. Em agosto de 1967, de volta a Londres, ela leu no jornal um anúncio sobre a palestra do indiano, que seria realizada em 24 de agosto no hotel Hilton. A jovem convidou o marido para o evento, e o restante da banda decidiu se juntar ao casal para conhecer o guru – exceto Ringo Starr, que ficou em casa com o filho recém-nascido, Jason.

Os Beatles tinham visto a imagem sorridente de Maharishi na televisão, com barba grisalha e longos cabelos negros, envolto numa bata branca, e ficaram animados com a possibilidade de conhecer ao vivo o simpático sábio e sua aura amorosa. George se encarregou de comprar os ingressos. “Eu estava atrás de um mantra. Havia chegado a um ponto em que pensei que gostaria de meditar. Já havia lido sobre meditação e sabia que precisava de um mantra – uma senha para o outro lado do mundo”, disse.

No auditório, o guru surgiu no palco rodeado de flores, sentou de pernas cruzadas e começou a falar sobre a mente, a vida e a felicidade. Ele cativou os rapazes, que estavam sentados na primeira fila, trajados com o figurino colorido da fase psicodélica da banda. Terminada a palestra, os músicos tiveram um papo reservado de uma hora e meia com o Maharishi e foram convidados pelo líder espiritual para participar de um retiro de dez dias sobre Meditação Transcendental. Eles toparam.

Era uma quinta-feira. No dia seguinte, os Beatles e uma trupe, que incluía amigos como Mick Jagger, dos Rolling Stones, e a cantora Marianne Faithfull, embarcaram de trem para Bangor, no País de Gales. Era a primeira vez em muitos anos que a banda viajava sem o empresário, Brian Epstein. Na partida e na chegada, o trem e os passageiros foram cercados por fãs, repórteres e policiais.

No sábado, o grupo participou de uma aula introdutória sobre a técnica. Foi o suficiente para mudar a vida dos Beatles. Após uns dias de mergulho na mente, os músicos deram uma entrevista coletiva e já falavam em substituir as drogas por meditação. “Você não pode tomar drogas para sempre. Estamos procurando por algo mais natural – e encontramos”, disse Paul McCartney. “A meditação ajuda a encontrar realização na vida, a viver a vida ao máximo”, completou George. “Não sabemos como isso vai aparecer na música. Não espere ouvir meditação transcendental o tempo todo”, disse o guitarrista.

No domingo, os Beatles foram surpreendidos por um telefonema: Brian Epstein estava morto. O empresário de 32 anos era aguardado em Bangor para ser introduzido na Meditação Transcendental, mas não resistiu a uma overdose de remédios para dormir. A tragédia abreviou o retiro. Antes de partir para Londres, George e John conversaram com os repórteres de plantão sobre a morte de Epstein. Os Beatles não tinham sequer completado a iniciação na meditação, mas os ensinamentos do Maharishi já estavam nas suas palavras.

“A meditação dá confiança suficiente para suportar algo assim, mesmo o pouco que tivemos”, disse Lennon. “De qualquer maneira, a morte não existe. Digo, existe morte no plano físico, mas a vida continua por todo lugar. O conforto é saber que ele está ok”, completou Harrison, introduzindo a milhões de pessoas pelo mundo a crença hinduísta da reencarnação.

Esses quatro dias mudaram a vida da banda mais popular do planeta – e também a história da meditação no Ocidente. A exótica e intensa jornada beatle pelos labirintos íntimos da mente cruzou os continentes por meio da imprensa, e foi a primeira vez que boa parte do globo ouviu uma celebridade pronunciando a palavra meditação.

Este conteúdo foi originalmente publicado no livro Meditação – Pare. Respire. E mude a sua vida, do jornalista Alexandre de Santi.

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