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Suécia está trocando uma cidade inteira de lugar para evitar que ela afunde

Por causa da mineração, parte da segunda maior cidade do mundo vai ceder até 2040. Até lá, a prefeitura quer terminar a transferência do centro - e vai rebocar prédios peça por peça.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 4 nov 2016, 19h14 - Publicado em 24 Maio 2016, 16h15
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  • A cidade de Kiruna foi fundada em 1900 pela mineradora estatal Luossavaara-Kiirunavaara AB, ao norte do Círculo Polar Ártico. A população sempre viveu em função da mina nas redondezas, que produz o minério de ferro mais puro do mundo. Mas, em 2004 a LKAB avisou à prefeitura que a extração de ferro teria continuar embaixo da cidade – e, com isso, o chão ia afundar.

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    Foi nessa época que Kiruna abriu uma competição entre empresas de arquitetura. A prefeitura queria saber qual delas apresentaria a melhor solução para um projeto nunca feito antes: mudar uma cidade inteira de lugar. A White Architects venceu em 2012 e abraçou o projeto, que vai, no mínimo, até 2040.

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    A etapa inicial é mover o “centro” de Kiruna que, na realidade, fica na parte oeste da cidade. O lugar onde a região fica agora vai ter afundado completamente até 2050 – segundo a empresa, já dá para ver alguns buracos se formando e a estação de trem já precisou ser fechada. O novo centro vai ser reinstalado a 3,2 quilômetros do extremo leste da cidade, o mais distante possível da mina de ferro.

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    Algumas das construções da cidade vão ser erguidas por guindastes e transportadas peça por peça. É o caso da Igreja de Kiruna, inaugurada em 1912 e eleita a construção mais bonita de toda a Suécia. O relógio da cidade também vai ser rebocado da forma como está para o outro lado do município.

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    Esse esforço todo é uma tentativa de manter a identidade da cidade, apesar da mudança radical. A prefeitura contratou até mesmo uma antropóloga social, que funciona como mediadora entre a população e os arquitetos e engenheiros. O objetivo é fazer a transformação urbana mais democrática do mundo.

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    É claro que nem todos os prédios vão ser realocados da forma como estão. A LKBA, que está financiando toda a mudança, oferece duas opções aos moradores: compram a casa em que moram pelo valor de mercado + 25% ou oferecem uma casa de mesmo valor na área expandida na cidade. Todo esse custo só consegue ser bancado porque a LKBA é a maior exportadora de ferro da Europa – ou seja, é mais barato mover toda essa gente do que fechar a mina.

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    Os arquitetos da nova Kiruna não querem apenas replicar a cidade em uma região segura, mas melhorar a forma como ela é distribuída. Kiruna é hoje o segundo maior município do mundo em área: são 21 mil km2, onde vivem só 20 mil pessoas. Isso é o equivalente a 122 estádios do Maracanã para cada habitante. A equipe quer tornar a cidade bem mais densa, além de aproveitar o espaço extra para aumentar o contato dos moradores com a natureza, misturando áreas rurais e de floresta ao centro urbano.

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    Mesmo depois de completar a primeira parte do projeto, a prefeitura espera que a forma final de Kiruna só fique pronta no fim do século. A planta futura da cidade, bem mais compacta, tem novos setores a norte, sul e leste, a uma distância bem grande da atividade da mina. Se tudo correr como planejado, Kiruna pode virar uma atração de turismo arquitetônico – quer dizer, para quem se aventurar a enfrentar um mês e meio em que o Sol não se põe no verão e outros 30 dias em que ele não nasce no inverno.

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