13 marcas gringas que tiveram que adaptar seus produtos ao Brasil
Marcas gringas que querem entrar em novos mercados têm que se adaptar aos hábitos locais. Confira produtos que mudaram para vencer aqui
1. Ruffles limão, costelinha e pizza
Analistas de marketing apontam que o brasileiro adora experimentar novos sabores. De olho em pesquisas de preferência do consumidor, a Ruffles, marca de salgadinhos da Elma Chips, já lançou produtos nos sabores costelinha, pizza e até limão! Parece exótico? Em 2011, rolaram edições limitadas de estrogonofe e yakissoba, dois pratos também com grande apelo popular no Brasil
2. Postos de gasolina do Walmart
Nos postos dos EUA, é comum que o próprio consumidor maneje a bomba para abastecer o carro. Por isso, o Walmart não viu motivos para adotar outro sistema quando chegou ao Brasil, em 1995… Até perceber que o público, acostumado com frentistas, rejeitava a ideia. A classe C, em especial, considerava o “autosserviço” humilhante. A empresa acabou contratando atendentes
3. Evoque Land Rover
As ruas brasileiras não são para qualquer carro, não! O Evoque, por exemplo, trocou o modelo europeu de pneus com 17 polegadas para 18. A borracha “extra” ao redor da roda garante menos pulos e maior resistência. Além disso, os vidros foram substituídos por versões laminadas, para atenuar um pouco nosso típico calor tropical
4. BK Cheddar, do Burger King
Herança do sul do país, o churrasco é uma paixão nacional. Basta ver os rodízios de carne e as festas típicas de domingo, regadas a futebol e cerveja. O Burger King percebeu esse traço e, em vez de usar chapa, como outros fast-foods, deu preferência à grelha. Outra tendência que a rede detectou foi nossa preferência pelo cheddar, um queijo de origem inglesa. Resultado: criou um sanduíche cheio da iguaria
5. Escavadeiras e pás-carregadeiras Hyundai
Os pneus das escavadeiras e pás-carregadeiras da Hyundai exportadas ao Brasil também mudaram. O tipo radial tem menor desgaste nas curvas. Mas a grande mudança foi a pá: no Brasil, ela é invertida. Assim, evita que o bagaço da cana-de-açúcar caia no radiador da máquina, causando elevação de temperatura e até mesmo incêndios
6. Tiffany
Nosso mercado de luxo é tão convidativo que marcas como as joalherias Tiffany, Hermès e Cartier abriram uma exceção mundial quando vieram para cá. Somos o único país no mundo em que essas grifes parcelam a compra no cartão de crédito – um hábito tipicamente brasileiro
7. Absorvente íntimo Sempre Livre Adapt
A obsessão brasileira por bundas não é só masculina. A Sempre Livre, marca de absorventes da Johnson & Johnson, percebeu que as brasileiras gostam de usar calcinhas pequenas e cavadas para valorizar essa parte do corpo. Daí veio a ideia de um produto com um corte mais fino (e, portanto, mais discreto) na parte de trás
8. Sephora e Lancôme
O comércio eletrônico também se adaptou à mania tupiniquim de parcelar as compras. No site da Sephora, por exemplo, é possível comprar marcas como Dior e Givenchy em até 12 vezes. Detalhe: sem juros, com direito a brinde e frete grátis. A loja virtual da Lancôme também oferece produtos com o mesmo parcelamento e até 20% de desconto
9. Chocolates Hershey’s
Nosso passado (e presente) como produtores de cana-de-açúcar sempre fez com que o chocolate brasileiro fosse mais doce que o estrangeiro. Mas ninguém avisou a Hershey’s quando a marca veio para cá, em 1998. Seus chocolates “amargaram” quatro anos de baixa venda. A virada só rolou em 2002, quando a empresa adocicou os produtos
10. Nivea Sun Protect & Bronze
Outra imagem tipicamente nacional: a praia! Segundo a marca alemã Nivea, a brasileira até sabe que tem que se proteger dos raios UVA e UVB, mas não quer abrir mão da pele dourada. Então a empresa desenvolveu um misto protetor solar e bronzeador, com FPS 15 e FPS 3. Vale destacar que só depois do sucesso no Brasil o produto foi “exportado” também para a Europa
11. Café do Starbucks
Reclamação número 1 de brasileiros voltando dos EUA: “Como o café deles é fraco!” Ciente disso, antes de desembarcar por aqui, a rede norte-americana de cafeterias Starbucks investiu em grãos de origem nacional e receitas mais robustas. Nosso cardápio também é o único no mundo com pão de queijo e produtos sazonais, como panetones, oferecidos no Natal, e o Brigadeiro Frappuccino, servido na época da Páscoa
12. Fuel For Life L’Eau
Em todo o mundo, a fragrância Fuel for Life L’Eau, da grife de jeans Diesel, só existe na versão masculina. Porém, no Brasil, as vendas foram tão boas que a marca decidiu criar uma versão feminina. O resultado é um perfume com notas de jasmim, pimenta-rosa e framboesa
13. Hidratante Iso-Urea da La Roche-Posay
O fato de a gente morar em um país tropical faz com que nossa pele seja mais oleosa do que a dos europeus. O calor constante ainda traz aquela sensação de que tudo gruda no corpo. Para agradar as consumidoras que detestam produtos pegajosos e pesados, a La Roche-Posay deixou a textura do hidratante Iso-Urea Loção mais fluida
Nosso jeitinho
Segundo analistas de consumo, o brasileiro:
– É impulsivo e desorganizado, o que o leva a se atrapalhar com o cartão de crédito e o cheque especial
– Tornou-se mais exigente com o avanço da classe C. Sabe o que quer e pesquisa na web sobre o que lhe interessa
– Gosta de experimentar novidades
– Aprecia marcas e status
– Preza produtos estrangeiros que valorizem sua cultura e suas matérias-primas
– Encanta-se com edições especiais ou coleções premium
– Baseia-se no comportamento de personagens de novelas mais do que em tendências apontadas por revistas
– Adora promoções e brindes
– É emocional e compra para compensar frustrações
– Prefere parcelar a compra, para usufruir do produto na hora, do que economizar para comprá-lo à vista mais tarde
CONSULTORIA Paulo Sérgio Quartiermeister, diretor geral da Miami Ad School ESPM e MCF Consultoria (especializada em gestão de empresas de luxo)
FONTES Assessorias de imprensa das empresas citadas, livro Comportamento do Consumidor Brasileiro, de Tania Maria Vidigal Limeira, e sites EXAME e Gourmet Virtual