Ambas as soluções são formadas pelos mesmos compostos básicos: água e sal (cloreto de sódio). Mas sua concentração pode variar. A quantidade de cloreto de sódio da lágrima é igual à do plasma, a parte líquida do sangue. Por ter a função de proteger e lubrificar um órgão tão delicado quanto o olho, a lágrima tem de estar em equilíbrio com o plasma. Caso contrário, ocorreria passagem de partículas do plasma para a lágrima, ou vice-versa, o que comprometeria o bom funcionamento dos tecidos oculares. Um dano possível, nesse caso, seria a perda de transparência da córnea. No caso do suor, não é necessário que a concentração de cloreto de sódio – que cai pela metade – seja igual à do plasma.
Pelo contrário: “A função do suor é abaixar a temperatura do corpo por meio da evaporação de água e muito cloreto dificultaria essa evaporação”, diz o fisiologista Gerhard Malnic, da USP. Existem outras diferenças menores entre os dois fluidos. A lágrima, por exemplo, contém uma quantidade muito maior de componentes antibacterianos, já que uma de suas funções é proteger o globo ocular.