Sim, mas apenas em jardins zoológicos e em reservas controladas. A única espécie ainda existente dos antigos cavalos selvagens, que por milhares de anos habitaram a Terra, é o cavalo de Przewalski (Equus przewalski). Ele habitava as isoladas montanhas da Mongólia, na Ásia, e só foi descoberto por volta de 1870 pelo explorador russo Nikolai Przewalski. Ao contrário das outras raças, que passaram a ser domadas há mais de 5 mil anos, esse animal nunca sofreu domesticação. Comparado ao cavalo comum, o de Przewalski é mais baixo – mede entre 1,22 e 1,47 metro de altura contra 1,50 a 1,60 metro das outras espécies. Em meados do século XX, esse animal raríssimo quase foi dizimado por caçadores interessados em sua carne, mas grupos preservacionistas europeus conseguiram evitar o pior. Um acordo entre entidades ambientalistas, com o World Wildlife Fund (WWF) à frente, e o Parque Nacional de Cévennes, no sul da França, criou o projeto Takh – palavra da língua mongol que significa exatamente “cavalo selvagem”.
Graças ao projeto, centenas de cavalos de Przewalski foram levados para o parque francês, onde são mantidos numa área de 300 hectares, sem o menor contato com humanos e nas condições mais naturais possíveis. A intenção dos ambientalistas é um dia poder reintroduzi-los em seu hábitat natural.