As horripilantes histórias de fantasmas na Casa Branca
Cuidado, Trump! O endereço mais famoso dos EUA está cheio de histórias sobre espíritos de ex-presidentes, seus parentes e funcionários e até visitantes
VAI PRA LUZ, LINCOLN!
Disparado, o espírito mais famoso da residência presidencial é o de Abraham Lincoln. Dezenas de pessoas já relataram ter tido algum contato com o presidente assassinado em 1865. Entre elas, os também presidentes Ted Roosevelt e Dwight Eisenhower, a primeira-dama Jacqueline Kennedy, a rainha Guilhermina da Holanda e a filha de Ronald Reagan, Maureen.
FLAGRA INDISCRETO
Na 2ª Guerra Mundial, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill saía de um banho na antiga suíte de Lincoln. Estava nu, com um charuto na mão, quando encontrou o próprio Lincoln ao lado da lareira. O inglês só teve tempo de dizer: “Boa noite, senhor presidente. Parece que o senhor me pegou em desvantagem”. O espírito sorriu e sumiu. Churchill pediu para trocar de quarto.
CRIANÇA PARA SEMPRE
O terceiro filho de Abraham Lincoln, Willie, faleceu na Casa Branca, aos 11 anos, durante o mandato de seu pai. Possivelmente, vítima de febre tifoide. A morte foi gravemente sentida – Lincoln até teve medo de que a esposa, Mary, enlouquecesse pelo luto. Talvez por isso Willie nunca “foi embora”: segundo relatos, ele costuma aparecer andando pelos corredores.
O DONO DA TERRA
Uma grande área de Washington D.C. fazia parte da fazenda de David Burns. Mas ele foi pressionado pelo então presidente, George Washington, a vender um pedaço, onde foi construída a Casa Branca. Talvez Burns tenha guardado rancor: um assessor de Franklin Roosevelt e um segurança de Harry Truman já ouviram uma voz na Sala Oval Amarela dizendo “Eu sou David Burns”.
CLEMÊNCIA, PRESIDENTE!
Alguns espíritos visitam com “data marcada”. Nas noites de 7 de julho, é a vez de Anne Surratt, geralmente avistada diante dos portões da residência pelos funcionários da segurança ou visitantes. Aos gritos, ela pede perdão pela mãe, Mary, que foi enforcada em 7 de julho de 1865, acusada de participar do complô que assassinou Lincoln no Teatro Ford.
SOLDADO DESCONHECIDO
Também na entrada da residência já foram avistados outros dois fantasmas: um porteiro antigo, que trabalhou por mais de três décadas no local, e um jovem soldado britânico que participou da batalha de 1812, quando a cidade de Washington foi arrasada e a Casa Branca, queimada. O militar teria iniciado o incêndio e, minutos depois, morrido vítima de enfarto.
FLORES INTOCÁVEIS
Dolley Madison, esposa do presidente James Madison, teria projetado o Jardim das Rosas. Ela deixou o imóvel em 1817 e faleceu em 1849, mas continua na área: em 1913, a primeira-dama Ellen Wilson queria mover as flores de lugar, mas os jardineiros não conseguiram. Disseram que Dolley apareceu para eles, furiosa. As plantas nunca mais foram transferidas.
PAPO DE COMADRES
Um consolo para Hillary Clinton derrotada por Trump na eleição de 2016: ela não vai precisar lidar com nenhuma alma penada! A ex-primeira-dama contou que, no mandato de Bill Clinton, acostumou-se a conversar com Eleanor Roosevelt, que viveu na casa entre 1933 e 1945. A própria Eleanor, quando viva, dizia sentir uma presença estranha no antigo escritório de Lincoln.
Por outro lado…
Histórias podem ser resultado de estresse, cansaço ou até bom marketing
– É sempre bom frisar: ainda não houve registro incontestado da existência de fantasmas. Evidências oferecidas por caçadores paranormais, médiuns ou videntes são sempre recebidas com ceticismo pela comunidade científica.
– No caso específico da Casa Branca, para cada pessoa que disse ter encontrado algum espírito, existem centenas de outras que viveram lá e nunca viram nada.
– A Casa Branca é um ambiente de extremo estresse e pressão. Pessoas fragilizadas ou exaustas estão mais propensas a ilusões auditivas ou de óptica.
– As “visões” podem ter sido estimuladas pelas próprias histórias de fantasma, num ciclo sem fim. A primeira-dama Claudia Johnson, por exemplo, admitiu que, no dia em que sentiu a presença de Lincoln, havia assistido a um documentário sobre ele.
– As narrativas também podem ser motivadas por certo marketing pessoal. Churchill, por exemplo, era um exímio contador de histórias. Parece natural que ele, um egocêntrico notório, tenha se visto falando “de igual para igual” com aquele que é considerado o mais querido presidente da história dos EUA.
– E mais: alguns casos simplesmente não são reais. O jardim de rosas nem sequer foi criado por Dolley Madison, mas, sim, pela própria Ellen Wilson – aquela que, segundo a lenda, teria tentado bagunçar o projeto original.
FONTES Livros Ghosts: Washington’s Most Famous Ghost Stories, de John Alexander, e Historic Haunted America, de Michael Norman e Beth Scott