Ao ingerir mais calorias do que as que são gastas nas atividades diárias, a tendência é que o excesso seja armazenado como gordura pelo organismo. Mas atenção: caloria – ou quilocaloria – não é uma substância que vem dentro da comida, e sim uma unidade de medida de energia. O valor calórico de um alimento serve, portanto, para indicar quanta energia ele fornece para o corpo. Um ser humano precisa consumir todo dia, em média, 30 calorias por quilo de seu peso. Se a pessoa ingere mais calorias do que isso, o corpo estoca como gordura. Ao ingerir menos calorias, o corpo emagrece, queimando essas reservas para atender à necessidade diária de energia.
1. Os alimentos contêm três tipos de nutriente: carboidratos (comum em pães e massas), proteínas (abundante nas carnes) e triglicerídeos (óleos e gordura). Ao fim da digestão, o alimento é quebrado em glicose (vinda dos carboidratos), aminoácidos (que formam as proteínas) e ácidos graxos (vindos dos triglicerídeos)
2. O intestino delgado absorve os nutrientes para jogá-los na corrente sanguínea. Ao entrar no fígado, os triglicerídeos voltam a ser ácidos graxos. Lá dentro, são reprocessados para formar lipoproteínas que voltam ao sangue para abastecer as células do corpo todo
3. Se sobram triglicerídeos, eles são absorvidos pelo tecido adiposo – formado por 30 bilhões de células que armazenam gordura – por meio das lipoproteínas. Esse tecido aparece sob a pele (gordura subcutânea), ao redor dos órgãos (gordura visceral), na medula óssea e no tecido do peito
4. A glicose, principal fonte de energia do corpo, é usada pelas células ou armazenada como glicogênio no fígado e nos músculos. Se for ingerida em excesso, porém, pode ser processada pelo fígado para gerar mais triglicerídeos, que serão estocados, ou seja, gordura. A gordura subcutânea se acumula em coxas, quadril e braço. A visceral – que aumenta o risco de doença cardiovascular – é estocada na barriga
5. Os aminoácidos viajam pela corrente sanguínea e são usados pelas células de todo o corpo para sintetizar proteínas e usá-las para reconstituir várias estruturas, como o tecido muscular. O excesso é eliminado pelos rins em forma de ureia, na urina
CONSULTORIA: Jacob Faintuch, clínico geral do Hospital das Clínicas (SP); Rosana Radominski, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; e Silvia Bertoncello, endocrinologista do Hospital São Camilo (SP).