Namorados: Revista em casa a partir de 9,90

Como é feita a fertilização in vitro?

Por José Eduardo Coutelle
Atualizado em 22 fev 2024, 10h39 - Publicado em 18 jul 2014, 18h25

Pergunta da leitora – Beatriz Leite,

Belém, PA

A técnica consiste em fertilizar o óvulo no ambiente de laboratório, fora do corpo da mulher. O tratamento é uma opção para casais inférteis que desejam ter filhos. As chances de sucesso giram em torno de 50% para mulheres de até 35 anos, e diminuem gradativamente após essa idade (o limite máximo é de 50 anos). Em 70% das gestações, é gerada apenas uma criança. Em 25% nascem gêmeos e em 5% trigêmeos ou mais. O procedimento foi desenvolvido com sucesso pela primeira vez em 1978, pelo fisiologista inglês Robert Edwards.

Poucas e boas

Processo seleciona melhores células para reprodução

1. O casal precisa realizar vários exames. A futura mãe, por exemplo, faz avaliação hormonal, ultrassonografia e histerocopia, para conferir útero, trompas e ovário. Já o pai passa por um espermograma para saber a quantidade e a qualidade de seus espermatozoides. Também há testes de doenças infecciosas ou sexualmente transmissíveis

fertilizacao-in-vitro
Continua após a publicidade

2. Normalmente, a mulher gera só um óvulo por ciclo. Mas, para a fertilização in vitro, são necessários vários. Então, ela passa a se aplicar injeções com doses diárias de hormônios por dez a 12 dias – pode ser em casa mesmo. Exames de ultrassom vão acompanhando o crescimento dos folículos, espécie de bolsas onde ficam os óvulos

fertilizacao-in-vitro-1

3. Quando os folículos atingem 18 mm, é hora de extrair os óvulos. A mulher é sedada. O médico utiliza uma agulha fina e flexível, acoplada ao ultrassom e introduzida pela vagina, para chegar ao ovário. São retirados entre seis e 12 óvulos, rapidamente guardados em uma incubadora que simula as condições do corpo feminino

fertilizacao-in-vitro-2
Continua após a publicidade

4. Com a utilização de um microscópio, são selecionados apenas os óvulos maduros. Os demais são descartados. Já o sêmen masculino, obtido por meio da masturbação, passa por uma centrífuga, que separa os espermatozoides (cerca de 20 milhões por mililitro) do líquido seminal. O casal é liberado para voltar para casa

fertilizacao-in-vitro-3

5a. Na fertilização in vitro (FIV) tradicional, os espermatozoides são colocados em contato direto com cada óvulo, nas incubadoras. Aí, o trabalho é com eles. Assim como na reprodução comum, cabe ao “vencedor” fecundar o óvulo. Feito isso, o(s) pré-embrião(ões) se desenvolverá(ão) em um ambiente controlado por até cinco dias

fertilizacao-in-vitro-4

5b. Quando o homem apresenta material reprodutivo com algum tipo de defeito ou em pouca quantidade, recomenda-se outra técnica: a injeção intracitoplasmática do espermatozoide (ICSI), em que o embriologista utiliza uma microagulha para inserir um espermatozoide em cada óvulo

Continua após a publicidade
fertilizacao-in-vitro-4

6. A futura mamãe retorna à clínica para que o(s) pré-embrião(ões) seja(m) introduzido(s) em seu útero. A quantidade máxima varia com a idade da paciente: se ela tem até 35 anos, pode receber até dois. Entre 36 e 39, até três. Acima de 40, até quatro. Geralmente, é um procedimento rápido e indolor, feito com um cateter

7. Após duas semanas, um teste em laboratório confirma ou não a gravidez. Se tudo der certo, o embrião continua seu desenvolvimento natural na barriga da mãe. Ela deve seguir tomando doses de reposição hormonal até a 12ª semana da gestação, mas, depois disso, os cuidados são os mesmos de um pré-natal normal feito por um obstetra

fertilizacao-in-vitro-6
Continua após a publicidade

8. Cada tentativa (bem-sucedida ou não) sai em torno de R$ 16 mil. E, caso não sejam utilizados todos os pré-embriões, é necessário congelá-los, ao custo de cerca de R$ 1,5 mil (mais R$ 1 mil por ano, como taxa de manutenção). Só é permitido descartá-los após cinco anos. Mas dá para doá-los a outros casais ou à pesquisa científica

fertilizacao-in-vitro-7

Em alguns casos, é feito outro espermograma para “pescar” só os espermatozoides mais saudáveis, com movimentação rápida e formato normal

Continua após a publicidade

Efeitos colaterais

Tratamento pode desregular hormônios

Quando rolam gestações múltiplas (ou seja, gêmeos), há maior chance de nascimento prematuro, o que pode causar problemas neurológicos, respiratórios, oftalmológicos ou mesmo a morte do bebê. Para a saúde da mãe, há dois riscos: a alta dosagem hormonal, que pode causar inchaço e dor nos ovários, e a gravidez ectópica, em que o embrião se desenvolve fora do útero. Nesse caso, o único procedimento é sua extração imediata

FONTES Sites UOL, O Globo, How Stuff Works, Engravida, Materprime, Huntington, Ghente e Minha Vida

CONSULTORIA Paula Andréa Sampaio de Vasconcelos Carvalho, bióloga e doutoranda em genética

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.