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Como era uma execução na guilhotina?

Conheça todos os detalhes desse ritual sofisticado e cheio de etapas.

Por Juliana Sayuri
Atualizado em 22 ago 2018, 15h20 - Publicado em 29 out 2015, 12h07
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  • Era um ritual sofisticado e cheio de etapas. A guilhotina já existia em versões mais simples, mas ficou famosa na Revolução Francesa (1789). Uma das motivações dos franceses era acabar com as regalias dos nobres – inclusive na pena de morte. Até então, plebeus condenados encaravam tortura, forca ou esquartejamento, enquanto membros da elite podiam escolher de que forma seriam executados (e ela sempre era mais branda).

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    Para acabar com isso, o médico e político Joseph-Ignace Guillotin propôs penas iguais para crimes iguais. Após dois anos de debate, a proposta foi aceita, e outro médico, Antoine Louis, desenvolveu a arma. Ou seja, a guilhotina deveria se chamar luisette, mas um jornal se adiantou e atribuiu a invenção a Guillotin, que acabou dando seu nome a ela. Guiado por princípios humanitários, Guillotin queria possibilitar uma morte justa. Mas a guilhotina virou o símbolo da repressão revolucionária.

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    Como era uma morte na guilhotina

    A morte na guilhotina era um espetáculo para ver e ser visto

    Percurso

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    O carrasco cruzava a cidade para levar condenados à praça. Esses desfiles, que duravam cerca de duas horas, eram a etapa mais lenta do ritual

    Linha de (des)montagem

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    Em Paris, a Place de Grève era palco de execuções de crimes comuns e a Place du Carroussel servia para os criminosos políticos. Cerca de 50 guilhotinas foram instaladas em várias cidades, e elas ficavam ativas por até seis horas por dia. Para seguir esse ritmo fast-food, a execução era breve, direta e mecânica – nem todos tinham tempo para dizer as últimas palavras

    Como era uma execução na guilhotina?
    (Bruno Rosal/Mundo Estranho)
    Como era uma execução na guilhotina?
    (Bruno Rosal/Mundo Estranho)

    Máquina da morte

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    O carrasco soltava a corda após prender o condenado com uma barra de madeira. A chapa metálica despencava e, em 0,68 segundo, decapitava o sujeito. A força que a lâmina afiadíssima exercia no pescoço não dava chances para tecidos nem vértebras

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    Zumbis?

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    Segundo relatos, ao esbofetearem a cabeça de uma nobre decapitada, ela ficou vermelha de raiva. Não há comprovação científica, mas espasmos são possíveis: uma cabeça cortada pode arquear sobrancelhas ou piscar olhos. Neurocientistas holandeses testaram ratos e concluíram que eles mantinham atividade cerebral por quatro segundos após terem a cabeça cortada. Mesmo assim, não há consenso se é possível uma cabeça humana cortada ter instantes de consciência

    O terror, o terror

    Estima-se que 40 mil cabeças rolaram entre 1792 e 1799. O período mais sinistro dessa época, de 1792 a 1794, ficou conhecido como Terror. Nesse tempo, o governo revolucionário suspendeu garantias civis e cerca de 15 mil pessoas morreram na guilhotina. No fim do Terror, um golpe derrubou e guilhotinou Robespierre, o próprio líder do governo

    Ilustres guilhotinados

    Luís 16

    Não custa lembrar, a Revolução Francesa foi a revolução porque eles mataram o próprio rei! Luís foi encurralado, preso, julgado e condenado por alta traição

    Maria Antonieta

    Nove meses após a execução de Luís 16 na atual Praça da Concórdia, foi a vez da rainha perder a cabeça

    Lavoisier

    Pai da química moderna, Antoine Lavoisier foi condenado por se envolver com os donos de uma empresa inimiga dos revolucionários

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    Danton

    Um dos líderes do início da Revolução, acabou se opondo a Robespierre, que o declarou inimigo da república. Foi executado ao lado do jornalista Camille Desmoulins, ex-melhor amigo de Robespierre. Que sujeito bacana!

    Versões beta

    Conheça as precursoras da guilhotina

    Maiden (Escócia, 1564)

    Peça de ferro quadrada, cuja lâmina afiada servia, principalmente, para o propósito de decapitar a nobreza

    Halifax Gibbet (Inglaterra, 1541)

    Tinha uma cabeça de machado montada em um pesado bloco de madeira que descia rumo a uma base de pedra

    Outras curiosidades

    CONSULTORIA Alfredo Salun, historiador, autor de Revolucionários e Tiranos: Temas de História Contemporânea, Dulcidio Braz Jr., físico e autor do projeto Física na Veia, e Tania Machado Morin, historiadora e autora de Virtuosas e Perigosas: As Mulheres na Revolução Francesa

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    FONTES Livros A Guilhotina e o Imaginário do Terror, de Daniel Arasse, A Revolução Francesa – 1789-1799, de Michel Vovelle; site The Guillotine Headquarters

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