Como são as notações musicais diferentes do “dó-ré-mi”?
Como são as notações musicais diferentes do "dó-ré-mi"?
(Guido de Arezzo, o monge italiano que criou as notas que conhecemos)
ilustra Felipe Martini
As notas musicais não são uma linguagem universal. O famoso “dó-ré-mi” é o chamado método ocidental, mas existem outros. Veja alguns deles:
Índia
Raga, a notação indiana, é a mais semelhante à ocidental. Existem sete notas básicas dentro de uma escala: shadja, rishabh, gandhar, madhyam, pancham, dhaivat e nishad. Assim como o nosso sistema, as notas sofrem variações de nomenclatura conforme o timbre
Rússia
Antes da invasão das tradições ocidentais, os russos usavam sinais chamados “znamena” para transcrever as músicas com base nas melodias, e não nas notas. Então, os sinais representam a forma como tal parte deve ser cantada (alegre, forte, devagar, triste)
China
A notação chinesa segue o conceito do “dó móvel”, em que as notas não são absolutas e variam conforme a escala. Em vez de letras, os chineses usam ideogramas ou números para escrever as suas melodias, lidas, como o mandarim, de cima para baixo e da esquerda para a direita
Japão
Não há uma notação fixa. Existem diferentes sistemas para diferentes instrumentos e escolas. O ensino musical japonês, além da técnica, preza muito pela forma. Isso inclui postura, jeito de se vestir, onde as músicas serão tocadas e manejo e posição dos instrumentos. Acredita-se que, quando um aluno souber essas técnicas, um espírito descerá em seu corpo e o ensinará a tocar bem
Indonésia
Mesmo sem ter muita importância na tradição da música indonésia, o sistema de notação kepatihan baseia-se em sete números para as principais notas musicais e cinco números para as variações de timbre. Os pontos também estão presentes e representam se uma nota deve ser cantada uma oitava acima (ponto acima do número) ou uma oitava abaixo (ponto abaixo do número)
Hummingbird
Esse sistema de notação foi criado para ser uma forma mais simples de ensino musical, visto que a maneira tradicional pode assustar quem não sabe muito de música. Criado em 2013, recebeu críticas e elogios, mas não atingiu um grande nível de popularidade. Enquanto uns afirmam que a leitura e memorização de notas, durações e timbres melhorou, outros dizem que a simplificação tirou elementos importantes presentes no método clássico e não atinge a quantidade de detalhes presentes nos escritos musicais. O consenso entre os músicos é que o hummingbird serviria como uma boa forma de introdução, contudo, o jeito tradicional está tão enraizado na sociedade ocidental que, uma hora ou outra, qualquer músico precisará estudá-lo
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