Como são produzidos os desenhos nos gramados dos estádios?
Depende do desenho. Aquelas faixas transversais, presentes em quase todos os grandes estádios, são feitas com máquinas que cortam e penteiam a grama em duas direções diferentes, criando o contraste entre uma faixa de verde mais claro e outra mais escuro. Já para formar figuras menores ou mais detalhadas, a tática empregada é outra. Normalmente, […]
Depende do desenho. Aquelas faixas transversais, presentes em quase todos os grandes estádios, são feitas com máquinas que cortam e penteiam a grama em duas direções diferentes, criando o contraste entre uma faixa de verde mais claro e outra mais escuro. Já para formar figuras menores ou mais detalhadas, a tática empregada é outra. Normalmente, aplica-se no campo uma tinta feita à base de água, que não danifica a grama e permite um acabamento mais preciso na hora de desenhar imagens complexas, como uma bandeira. As linhas divisórias, por sua vez, usadas para delimitar as áreas e as laterais, por exemplo, são feitas com tinta branca ou cal. Seja qual for o método aplicado, o fato é que deixar o gramado bonito dá um trabalhão.
Além da área ser enorme – em média, 8 mil metros quadrados -, é preciso manter o campo com uma altura adequada para o deslocamento dos jogadores. “A grama deve ficar entre 23 e 25 milímetros “, diz o engenheiro Ricardo Afonso Raso, responsável pelo gramado do Mineirão, em Belo Horizonte. Os grandes estádios garantem essa precisão aparando a grama uma ou duas vezes por semana – exceto no inverno, quando as folhas crescem mais devagar. Vale dizer que os desenhos nos campos muitas vezes não têm finalidade só estética. “Faixas paralelas à linha de fundo servem como pontos de referência e ajudam o juiz e os auxiliares a marcar corretamente o impedimento”, diz o comentarista esportivo e ex-árbitro José Roberto Wright.
Carrinho que “penteia” a grama, cortes e pintura ajudam a criar o visual diferente
1. Os tipos mais comuns de desenho, incluindo as faixas transversais no campo, são feitos com um cortador de grama especial. Ele tem lâminas helicoidais, como as de um barbeador elétrico, para aparar a grama. Atrás delas há um cilindro rotatório que amassa as folhas no sentido do corte. Ao chegar na extremidade do gramado, o cortador volta no sentido oposto
2. Essa espécie de “penteado” faz com que as folhas amassadas para um lado reflitam a luz do sol (ou dos refletores) com mais intensidade do que a grama da faixa aparada no outro sentido. É isso que cria o efeito das faixas paralelas. O problema é que o pisoteio dos jogadores estraga o desenho, que precisa ser refeito antes dos jogos
Tática ultrapassada
Até os anos 70, o método mais comum para fazer as faixas paralelas era podá-las com dias de intervalo. Como em alguns pedaços do campo a grama ficava cerca de 1 centímetro mais alta, a luz era mais absorvida pelas folhas, fazendo com que aquele trecho ficasse mais escuro. O problema do método, hoje pouco usado, é que a irregularidade do gramado podia atrapalhar os jogadores
Craque do pincel
Uma tinta especial para grama também pode ser usada para fazer desenhos. O corante é diluído em diferentes proporções – quanto mais concentrado, mais escuro ele fica – e aplicado no gramado com rolos ou pincéis. Após 30 minutos, a tinta seca. A pintura deve ser repetida sempre antes dos jogos, pois o corte e a irrigação apagam os desenhos