De onde vem o “pé-direito” para indicar a altura do teto ao chão?
De concreto, sabe-se que a expressão é uma exclusividade brasileira, que já era usada por arquitetos e engenheiros no período colonial
Esse é mais um mistério com várias possibilidades de solução. De concreto, sabe-se que a expressão é uma exclusividade brasileira, que já era usada por arquitetos e engenheiros no período colonial para designar as estacas de madeira que sustentavam as estruturas de uma construção. “O próprio sentido das palavras reforça essa hipótese. Pé também significa árvore; direito também quer dizer no prumo, em ângulo reto. Com o passar do tempo, passou-se a chamar de pé-direito o espaço do teto ao chão, que por sua vez dependia do tamanho do apoio de madeira que sustentava a construção”, afirma o arquiteto Carlos Lemos, da Universidade de São Paulo (USP) e autor do Dicionário da Arquitetura Brasileira. Outra interpretação comum é que a expressão seria um sinônimo para “altura certa”. No sistema de medidas, um “pé” é uma unidade que corresponde a 30,48 centímetros. Nesse caso, “direito” seria usado no sentido de correto, para indicar a medida usual do solo ao teto que predominava em uma região.
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“Na cidade de São Paulo, por exemplo, o Código de Edificações estabelece um pé-direito mínimo de 2,5 metros. Só nas garagens é permitido uma altura menor, de 2,3 metros”, diz outro arquiteto, Edson Elito, membro do conselho superior do Instituto de Arquitetos do Brasil. Essa medida, referência essencial para projetos de ambientes com boa luminosidade e ventilação, já foi bem maior em outras épocas. Até os anos 50, o pé-direito tinha cerca de 3 metros, mas foi diminuindo a partir da década de 1960, com a explosão populacional no Brasil. “O pé-direito grande garante um ambiente mais agradável. Mas, com o aumento no número de construções, os empreiteiros reduziram a medida para multiplicar o número de apartamentos”, diz Edson.
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