É verdade que o gene que determina o nascimento de uma pessoa com seis dedos é dominante?
Por incrível que pareça, é verdade, sim. Se uma pessoa com uma mão normal, de cinco dedos tiver um filho com alguém que tem um dedo extra, a chance de o bebê nascer com essa anomalia – conhecida como polidactilia – é de 50%. Os portadores de polidactilia nascem, geralmente, com um dedo a mais […]
Por incrível que pareça, é verdade, sim. Se uma pessoa com uma mão normal, de cinco dedos tiver um filho com alguém que tem um dedo extra, a chance de o bebê nascer com essa anomalia – conhecida como polidactilia – é de 50%. Os portadores de polidactilia nascem, geralmente, com um dedo a mais em cada uma das mãos e em cada um dos pés. Como essa característica é fácil de ser transmitida, ela não é rara. “Está presente em uma entre cada mil ou 10 mil pessoas”, diz o geneticista Paulo Alberto Otto, da USP. Então, se o gene que determina a polidactilia é dominante, toda a espécie humana terá seis dedos mais dia, menos dia, certo? Errado! Pelo simples motivo de que isso até hoje não trouxe nenhuma vantagem para a evolução da espécie. Ter mais dedos não aumenta a probabilidade de alguém se sobressair na sociedade humana e, por essa razão, deixar mais descendentes que alguém sem essa característica.
Assim, de acordo com as regras da seleção natural, não houve motivo para a polidactilia vingar geneticamente. Mas se, há milhares de anos, as pessoas com seis dedos tivessem obtido algum tipo de vantagem sobre nossos demais antepassados, é muito provável que todos nós tivéssemos herdado essa característica. E hoje, se não vemos tanta gente por aí com seis dedos, é porque a anomalia costuma ser corrigida cirurgicamente quando a criança ainda é recém-nascida.