Existe algum livro sagrado para os budistas?
Explicamos a origem de cinco obras religiosas fundamentais
Sim. É o Tripitaka. Em páli (língua da Índia antiga, onde o budismo nasceu), Tripitaka significa “três cestas”, numa referência às três partes do livro: o “Vinaya”, com as regras de conduta, o “Sutta”, que reúne os discursos de Buda, e o “Abhidhamma”, que é mais filosófico. A história desse livro sagrado e do budismo remonta à trajetória do indiano Sidarta Gautama (560-480 a.C.), que abandonou uma vida de luxo para buscar a sabedoria. Depois de meditar um bocado, ele concluiu que o sofrimento era causado pelos desejos que atormentavam a mente dos homens, como a corrupção, o ódio e a ilusão. Para Sidarta, se o homem aniquilasse esses desejos, atingiria o nirvana, um estado de paz longe de todo o sofrimento. Por causa dessa descoberta, ele tornou-se Buda, que em sânscrito significa “o iluminado”. Por mais de 40 anos, ele percorreu a Índia ao lado de discípulos disseminando suas doutrinas. “Ao longo de sua vida, os 84 mil ensinamentos de Buda foram transformados em sutras, espécie de regras para a vida cotidiana. São elas que compõem o Tripitaka”, diz o lama (sacerdote budista) Padma Norbu, do templo Odsal Ling, em São Paulo.
Literatura abençoada
Explicamos a origem de cinco obras religiosas fundamentais
LIVRO – Bíblia
SAGRADO PARA – Cristianismo
ESCRITA ENTRE – 1300 a.C. e 100 d.C.
QUEM ESCREVEU – Diversos profetas, entre eles os apóstolos de Jesus
Em grego, Bíblia significa “coleção de livros”. Os cristãos acreditam que Deus escreveu a Bíblia usando homens como instrumento. Ela se divide em 46 livros do Antigo Testamento, escritos antes do nascimento de Jesus, e 27 do Novo Testamento, escrito entre os séculos 1 e 2
LIVRO – Alcorão
SAGRADO PARA – Islamismo
ESCRITO NO – Século 7
QUEM ESCREVEU – Maomé ditou os textos a seus escribas
O conteúdo do Alcorão reúne as revelações divinas feitas pelo anjo Gabriel a Maomé ao longo de 20 anos. Mas o livro sagrado dos islâmicos só foi organizado após a morte do profeta, em 632. Seus 114 capítulos compilam os ensinamentos básicos do islamismo: fé, oração, caridade, jejum e peregrinação a Meca ao menos uma vez na vida
LIVRO – Tripitaka
SAGRADO PARA – Budismo
ESCRITO ENTRE – 500 a.C. e o início da era cristã
QUEM ESCREVEU – Discípulos de Buda
As “três cestas” (Tripitaka, em páli) que o livro contém são o “Vinaya Pitaka”, com regras para orientar a conduta diária dos seguidores, “Sutta Pitaka”, uma coletânea de discursos atribuídos a Buda e seus discípulos, e o “Abhidhamma Pitaka”, uma investigação filosófica sobre a natureza da mente e da matéria humana
LIVRO – Tenakh
SAGRADO PARA – Judaísmo
ESCRITO EM – 1300 a.C. (aproximadamente)
QUEM ESCREVEU – Moisés e profetas israelitas
O Tenakh reúne 24 livros em três grupos: Neviim (“Os Profetas”), Ketuvim (“Os Escritos”) e Torá (“A Lei”), que traz os cinco primeiros livros do Velho Testamento: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A Torá é atribuída ao profeta Moisés, que teria escrito a obra a partir de uma revelação de Deus
LIVRO – O Livro dos Vedas
SAGRADO PARA – Hinduísmo
ESCRITO ENTRE – 1500 a.C. e 1200 a.C.
QUEM ESCREVEU – A autoria é desconhecida
Em sânscrito, Vedas significa “conhecimento”. Para os hinduístas, o livro é fruto de uma revelação divina. Por muitos séculos, ele foi preservado pelos ensinamentos passados de pai para filho. Os textos reúnem hinos, encantações e receitas mágicas que constituem a base da tradição religiosa hinduísta
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