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O que são coprólitos?

Cocôs já ajudaram a reescrever a história da ciência

Por Bruno Machado
Atualizado em 22 fev 2024, 10h16 - Publicado em 6 fev 2017, 14h01

Pergunta do leitor Robson Vilanova Ilha, São Sepé, RS
Ilustra Yasmin Ayumi
Edição Felipe van Deursen

São fezes fossilizadas de pessoas ou de animais. A palavra vem de dois termos gregos: copros (“fezes”) e litos (“pedras”). Em geral, os coprólitos se formam quando o excremento resseca em ambientes áridos. A análise desse material, que pode datar até do Período Cambriano (cerca de 540 milhões de anos atrás), ajuda cientistas a descobrir fatos sobre o autor “da obra”, como a dieta, os hábitos, o ambiente em que vivia, que lugar ocupava na cadeia alimentar, se sofria de doenças e até como ocupou o planeta.

Exemplo: um cocô de 14 mil anos encontrado nos Estados Unidos sugere que o homem chegou provavelmente pelo mar à América, e um milênio antes do imaginado. Antes, acreditava-se que o fluxo migratório teria ocorrido pelo Estreito de Bering, mas o achado contém ovos de microrganismos que não sobreviveriam ao frio rigoroso da região, o que contesta essa teoria.

Coprólitos
(Yasmin Ayumi)

Mil e uma utilidades
Coprólitos não ajudam apenas os cientistas

Sai que é bomba
Em 1842, um professor da Universidade de Cambridge (Reino Unido) descobriu uma reserva de coprólitos. Grande fonte de fosfato, eles foram usados para produzir fertilizantes. O leste inglês se tornou uma mina de coprólitos a céu aberto. A indústria declinou na década de 1880, mas foi revivida durante a 1ª Guerra Mundial para levar fosfato às munições das forças armadas britânicas

Luxo estranho
Em 2010, a empresa suíça Artya criou um relógio de pulso com mostrador feito de coprólito. O objeto custa 8,3 mil euros. Para quem preferir peças mais discretas, também existem colares e brincos feitos de cocô de dinossauro fossilizado

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Peça de museu
Em 1972, arqueólogos ingleses encontraram um coprólito humano de 23 cm de comprimento – o maior cocô fossilizado de gente já descoberto. Análises mostraram que o autor comia carne e pão e que ele sofria de uma infecção intestinal grave. Chamado de Lloyd Banks, o objeto está exposto no Centro Viking Jorvik, no Reino Unido

LEIA TAMBÉM:
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Contém traços de…
Além de fosfato, cálcio e matéria orgânica, o coprólito pode ter:

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  • Outros fósseis, como ovos de parasitas
  • Traços moleculares de microrganismos, como protozoários, bactérias ou vírus
  • Pólen
  • Fibras
  • Grãos de amido
  • Fragmentos ósseos
  • Proteínas humanas, que indicam canibalismo

Consultoria Marcelo Fernandes, professor doutor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da UFSCar (São Paulo)
Fontes Livro Paleoparasitologia no Brasil, de Marcelo Gonçalves, Adauto Araújo e Luiz Fernando Ferreira; Fundação Oswaldo Cruz e Instituto de Geociências da USP

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