Os 7 erros que os seriados médicos mais cometem
Você sabia que, na vida real, enfermeiros são parceiros dos médicos, em vez de subordinados?
Procedimentos errados, descuidos, negligências… Se os médicos reais seguissem os da ficção, o nível de vidas salvas cairia drasticamente
1. Oláááá, enfermeira
Na telinha, enfermeiros são mandados e desmandados, como se não tivessem nenhum conhecimento ou autonomia. “Na vida real, o enfermeiro-padrão pode estar no mesmo patamar do médico. Não há subordinação”, explica Jacob Faintuch, clínico geral da USP. São eles os que mais interagem com os pacientes – algo raramente visto em Nurse Jackie, por exemplo
2. Perigo metálico
No episódio 12 da primeira temporada de Scrubs, J. D. acompanha uma garota à máquina de ressonância magnética. Ele está usando diversos equipamentos metálicos, como estetoscópio e relógio. Isso é um vacilo muito sério, pois a máquina cria um intenso campo magnético. Objetos desse tipo de material poderiam ser sugados para dentro do equipamento e ferir os pacientes!
3. Não mexe aí
A doutora Lisa Sanders, uma das consultoras de House, é a primeira a admitir: “Sou uma médica de boa formação, mas, se tocasse na tomografia computadorizada do hospital, seria demitida”. Esses equipamentos são caríssimos e, por isso, exigem um profissional especializado. Mas, nas séries, todo mundo mexe em tudo, já notou?
Curiosidade: Uma equipe de tratamento na vida real pode chegar a ter 20 pessoas – cada um com uma especialização
4. Convulsão complicada
Uma pesquisa de 2010 que analisou 327 episódios de House, Private Practice, ER e Grey’s Anatomy mostrou que 71% dos casos de convulsão foram tratados da forma errada. Teve gente segurando o paciente, colocando algo na boca… O correto é dar espaço à pessoa, virar sua cabeça para o lado (para que não engasgue) e jamais tentar contê-la
5. Papo reto
Roteiristas desconstroem termos médicos difíceis em frases mais explícitas, que facilitam o entendimento do público. Na vida real, porém, elas só serviriam para gastar um tempo precioso. Além disso, há certas “liberdades”: no episódio 16 do terceiro ano de House, um paciente é diagnosticado com “vaginose bacteriana na boca” – uma doença que, óbvio, rola na vagina
6. RCP = recupera e cura paciente
Quem vê TV pensa que a RCP (ressuscitação cardiopulmonar) é uma técnica milagrosa. Segundo um estudo de 2006, ela salva pacientes cardíacos em 77% dos casos na telinha. Na vida real, a maioria das vítimas de ataque cardiovascular morre antes de chegar ao hospital, o índice de salvação via RCP é de só 30% e, desses, 90% ficam com sequelas devido à falta de oxigenação no cérebro. E mais: a RCP real é feita com os braços rígidos – na TV, os cotovelos são flexionados para não machucar os atores-pacientes
Curiosidade: Erro clássico nos cenários: as guardas (aquelas grades laterais na maca) quase nunca estão levantadas
7. Entrando na linha
Outro recurso dramático clássico: a linha do monitor cardíaco ficando perfeitamente reta, indicando que o paciente bateu as botas. Isso é invenção de seriado! A assistolia (ausência de ritmo cardíaco) gera uma linha quase reta, com algumas imperfeições. E tem mais: para esse problema específico, descarga elétrica com desfibrilador não adianta – é preciso usar RCP