Por que sentimos enjôo em alto-mar?
Isso acontece quando o organismo percebe o balanço da embarcação, devido às variações na posição do labirinto, parte do ouvido interno responsável pelo nosso equilíbrio. Em terra firme, o labirinto encontra-se calibrado para detectar acelerações e desacelerações momentâneas, bem como os movimentos naturais do corpo. “No mar, há um balanço constante que não é corpóreo […]
Isso acontece quando o organismo percebe o balanço da embarcação, devido às variações na posição do labirinto, parte do ouvido interno responsável pelo nosso equilíbrio. Em terra firme, o labirinto encontra-se calibrado para detectar acelerações e desacelerações momentâneas, bem como os movimentos naturais do corpo. “No mar, há um balanço constante que não é corpóreo e o sistema nervoso tem que lidar com essa informação”, afirma Gilberto Xavier, fisiologista da USP. “O problema é que o cérebro confunde os sinais que chegam do labirinto com a ingestão de substâncias tóxicas, o que causa o mal-estar, gerado pela contração do estômago e pelo aumento na secreção das substâncias digestivas, os sucos gástricos”, diz ele. Quando o indivíduo viaja por muito tempo – num cruzeiro marítimo, por exemplo – o organismo acaba se adaptando e, depois de uns dias, o enjôo passa.
Mas, ao pisar em terra firme, o labirinto precisa ser novamente calibrado, o que cria a sensação de desequilíbrio durante o desembarque. O tempo de readaptação depende da duração da viagem, mas a tontura costuma passar em algumas horas.