Quais produtos compõem a cesta básica?
A cesta básica não é só uma caixa de comida: ela é um conceito abstrato, usado por estatísticos para estudar alimentação e renda no Brasil.
São 13 alimentos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. No Brasil, a quantidade de cada ingrediente varia de acordo com a tradição alimentar de cada região do País.
Mas não espere encontrar exatamente esses ingredientes nos kits que as empresas distribuem aos funcionários. “Os cardápios das cestas de alimentos são definidos em acordos entre patrões e empregados e têm pouco a ver com essa lista”, afirma o economista José Maurício Soares, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Então, para que serve a cesta básica? “Ela é um conceito abstrato, que mede se o poder de compra do salário mínimo consegue suprir as necessidades alimentares básicas de uma pessoa durante um mês”, diz a socióloga Claudia Garcia Magalhães, da Prefeitura de São Paulo.
Além de não ser um banquete, a cesta é fraca em certos nutrientes: ela não atende plenamente às necessidades de vitaminas e minerais, encontrados em frutas, verduras e legumes. Veja, abaixo, sua composição teórica para um mês, e as variações regionais.
A cesta
Produtos de origem animal: 6 kg de carne, 7,5 litros de leite;
Grãos: 3 kg de arroz, 4,5 kg de feijão e 1,5 kg de farinha de trigo;
Produtos industrializados: 600 g de café, 900 ml de óleo, 750 g de manteiga, 3 kg de açúcar, 6 kg de pão;
Legumes e frutas: 6 kg de batata, 9 kg de tomate, 7 dúzias e meia de banana.
Fonte: Katley Scarparo Morini, nutricionista do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo. As quantidades são as da cesta padrão da região Sudeste.
Cardápios regionais
Por causa das tradições locais e das baixas temperaturas no Sul, a cesta básica da região tem mais carne e mais calorias que a das outras regiões. Enquanto isso, a quantidade de farinha é maior no Nordeste, onde o carboidrato é um favorito.
Isso não significa, claro, que toda essa carne ou farinha sejam necessárias para preencher as necessidades nutricionais dos habitantes. Nem que esses alimentos sejam, necessariamente, recomendados nessas quantidades. A cesta básica é um retrato do que se come na prática, e não uma sugestão do que se deveria idealmente comer.
Quando o assunto é comida, cultura é tão importante quanto o lado científico da coisa. Quando um órgão como o Dieese está calculando o poder aquisitivo de um salário mínimo, ele precisa considerar que pessoas diferentes compram quantidades diferentes de cada alimento, e que essa variação é cultural.
Carne
No Sul e Centro-Oeste: 6,6 kg
No Norte e Nordeste: 4,5 kg
Farinha
No Norte e Nordeste: 3 kg
No Sudeste: 1,5 kg
Batata
No Sudeste: 6 kg
No Norte e Nordeste: não tem
Tomate
Norte e Nordeste: 12 kg
Demais regiões: 9 kg