Quais são as proteções de um jogador de futebol americano?
Conheça as peças que compõem a armadura do atleta - elas podem pesar até 10 kg e custar cerca de R$ 1,5 mil
A “armadura” do atleta o protege da cabeça aos pés. O futebol americano é um esporte de conquista territorial, e uma das maneiras de marcar mais pontos é levar a bola até o fim do campo adversário. Nesse trajeto, jogadores de ataque e defesa se chocam várias vezes, o que poderia levar a contusões e ossos quebrados se não fossem os equipamentos.
O esporte surgiu em 1867, como uma vertente do rúgbi e, até 1900, a proteção era mínima – e muitos jogadores morriam em jogadas violentas. A partir daí, as regras foram repensadas, e passou-se a investir na segurança dos atletas.
O capacete foi introduzido em 1915, e o shoulder pad, que protege o torso dos jogadores, se tornou popular nos anos 1950. Ainda assim, os equipamentos de segurança amenizam, mas não evitam lesões. Pesquisas recentes associaram as pancadas do esporte com doenças cerebrais graves.
Hoje, com o avanço tecnológico, as proteções são leves e resistentes, mas ainda pesam, no total, cerca de 10kg – e custam em torno de R$ 1,5 mil.
1) GRADE PROTETORA
A face mask, grade feita de aço de carbono ou ferro, protege o rosto. Os modelos simples oferecem mais visibilidade a corredores (running backs) e recebedores (receivers) – os lançadores (quarterbacks) usam variações mais protegidas. Os atletas de linha (linemen), que se trombam mais, optam por versões mais fechadas ainda. Alguns atletas reforçam a face mask com visores para não serem atingidos nos olhos por pedaços de grama ou estilhaços.
2) CASCA DURA
A parte externa do capacete é de policarbonato de plástico ou polietileno – materiais leves e resistentes. Para fixar o equipamento à cabeça, existe o chin strap: alça que também protege o queixo. Outra importante peça de proteção utilizada na cabeça são os protetores bucais, geralmente feitos sob medida.
3) AIRBAG DE CABEÇA
Por dentro, os capacetes mais modernos têm uma parte acolchoada e um sistema de câmaras de ar que podem ser infladas com uma bomba de encher bolas – há entradas para enchimento na parte de cima, na nuca e nas laterais. O objetivo é deixar o capacete bem justo no crânio, absorvendo melhor os impactos e evitando ferimentos.
4) OMBROS LARGOS
Abaixo da camiseta fica o shoulder pad, que distribui e ameniza o impacto dos choques. Eles são feitos de plástico e recheados com espuma acrílica ou EVA, revestidos de náilon antibactericida. O ajuste do equipamento no corpo é regulado por fitas nas laterais. Os corredores costumam usar peças extras, como o back plate, que protege a parte inferior das costas, e protetores de cintura. Corredores, recebedores e quarterbacks usam protetores de ombro flexíveis. Para os linemen essa peça é mais fixa e reforçada.
5) FICA A DICA
O quarterback é o único jogador cujo capacete é equipado com um ponto eletrônico. Por meio desse dispositivo, ele escuta as instruções do técnico sobre que jogadas deve chamar. Para não se confundir, alguns quarterbacks carregam um bracelete com uma lista contendo as principais formações de ataque do time.
6) TÁ NA MÃO
Luvas mais leves, com cerca de 200 g, têm a palma revestida de um plástico aderente que impede a bola de escorregar das mãos de corredores, recebedores e quarterbacks. Já a peça usada por linemen e bloqueadores (protetores do quarterback) pesa quase 500 g e tem enchimentos e alumínio nos dedos para evitar torções.
7) BOTANDO O OVO EM PÉ
Não faz parte da proteção do atleta, mas a bola é um equipamento essencial ao jogo. O formato oval e alongado da bola ajuda a cortar o ar, favorecendo a aerodinâmica. Ela tem entre 27,9 e 29,2 cm de comprimento e uma circunferência de 54,6 cm. O peso varia de 397 a 425 g. A câmara de ar é revestida de uma rede de corda (linha de algodão, revestida de vinil), que forma a costura externa da bola, e uma camada de couro.
8) ABAIXO OS GOLPES BAIXOS
Para proteger as partes inferiores do corpo, os jogadores usam pads – peças de plástico revestidas de borracha, que são encaixadas em bolsos internos da calça. Existem protetores de coxa, de quadril, de cóccix, caneleiras, joelheiras e a coquilha, que protege os órgãos genitais.
10) TRAÇÃO NAS DUAS
As travas das chuteiras mudam de acordo com a posição dos jogadores. As mais altas, com 2,5 cm, servem para bloqueadores, que precisam de tração. As intermediárias são ideais para passadores e linemen e medem 1,8 cm. As mais finas e baixas, com 1,3 cm, são indicadas para dar mais velocidade a corredores e recebedores. Chuteiras com mais travas na parte superior dão mais velocidade. Travas espalhadas fixam mais no solo e melhoram a tração.
CONSULTORIA Dan Miller, editor do site Diário NFL e técnico da Seleção Brasileira de Futebol Americano; NFL (liga profissional de futebol americano dos EUA), Nike e Corinthians Steamrollers (time brasileiro de futebol americano)