Quais são os animais mais caros para se manter num zoológico?
O custo varia muito de acordo com a localização e a infra-estrutura do zoológico. Confira algumas espécies campeãs.
ILUSTRA Alexandre Leoni
O custo dos animais varia muito de acordo com a localização e a infra-estrutura do zoológico, então não existe um bicho mais caro.
Mas há algumas especificidades que podem pensar no bolso. Por exemplo, manter animais acostumados ao frio em regiões quentes gera gastos expressivos: é muito mais caro ter um urso-polar na América Central do que no extremo norte do planeta.
A alimentação é outro fator que pesa nos gastos de um zoológico, porque não depende apenas da quantidade que o animal consome, mas da dificuldade de acesso à sua comida. Assim, um zoológico que precisa importar determinado alimento pode gastar mais com um animal de pequeno porte do que com um elefante.
Além desses gastos, há ainda os esforços para a preservação de espécies que demandam altos investimentos em pesquisa genética, algo indispensável para grandes zoológicos.
ALTA MANUNTENÇÃO
Veja fatores que podem tornar um animal custoso para um zoo
1. ALIMENTAÇÃO
Comida por quilo
Nem sempre uma dieta elaborada é a mais cara. Uma refeição simples, porém em grande quantidade, pode ter um valor considerável. É o que acontece com o elefante africano: o maior mamífero terrestre chega a comer 200 kg de ração e vegetais por dia
Dieta à la carte
Há alguns animais que comem pouco, mas pesam no orçamento dos zoológicos. É o que acontece com o coala no Zoo de Viena, que tem uma dieta muito restrita, que não está disponível na Áustria. Para resolver o problema, a instituição importa eucalipto da Inglaterra
2. PRESERVAÇÃO DE ESPÉCIES
Pandas com imposto
O custo para manter um casal reprodutor de ursos pandas em exposição supera U$S 1 milhão por ano. Isso porque esse é o valor da taxa obrigatória paga ao governo chinês para colaborar com a preservação das suas reservas ambientais e com as pesquisas sobre o animal
Salvos pelo cativeiro
Antigamente, os zoológicos tinham má fama ambiental. Mas isso está mudando. Nas últimas décadas, várias espécies foram salvas de extinção por zoológicos, como o condor-da-califórnia e o órix-da-arábia. Eles teriam desaparecido se não fossem a reprodução em cativeiro e as pesquisas genéticas
3. HABITAT
Bichos calorentos
Quanto maior a diferença entre o clima do habitat de um animal e o do local onde está o zoológico,mais cara é a manutenção. Para um país tropical, por exemplo, manter animais de origem polar acaba pesando no orçamento. É o que acontece com o urso-polar
Detalhes caros
Há espécies que demandam cuidados com detalhes que vão além da temperatura do habitat. Nesse quesito, são os pinguins que se destacam, pois precisam de um ambiente com umidade e qualidade do ar e da água muito controlados
Cadê o cobertor?
Mas o contrário também se nota: muitos zoológicos de regiões frias têm em seu plantel espécies acostumadas a altas temperaturas. Os répteis são bons exemplos, como cobras e lagartos, que precisam de sistemas de aquecimento e lâmpadas que emitem calor
Só água fresca!
Mesmo animais com habitat menos controlado podem custar caro. É o que acontece com os bichos de ambiente aquático, como hipopótamos e leões- marinhos. Eles são onerosos porque as bombas e os filtros para o tratamento da água nunca podem parar de funcionar
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FONTES Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP), Tiergarten Schönbrunn (Zoológico de Viena), Wildlife Reserves Singapore, San Diego Zoo, World Association of Zoos and Aquariums (Waza), Zoo Aquarium Association (ZAA), Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB)
CONSULTORIA Herculano Alvarenga, diretor da Fundação de Apoio à Ciência e à Natureza; Claudio Maas, biólogo e diretor da SZB; Patrícia Alexandrini e Daniel Ferrari, biólogos da FPZSP