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Quais são os povos indígenas mais numerosos do Brasil?

Pelos dados de 2006 da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), os índios guaranis formam o maior agrupamento indígena brasileiro, com quase 10% dos 454 mil índios que habitam o território nacional atualmente. Existem 220 etnias indígenas no Brasil, algumas das quais com pouquíssimos representantes – metade da população indígena está concentrada nos dez maiores grupos. […]

Por Tiago Jokura
Atualizado em 22 fev 2024, 11h24 - Publicado em 18 abr 2011, 18h35
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  • Pelos dados de 2006 da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), os índios guaranis formam o maior agrupamento indígena brasileiro, com quase 10% dos 454 mil índios que habitam o território nacional atualmente. Existem 220 etnias indígenas no Brasil, algumas das quais com pouquíssimos representantes – metade da população indígena está concentrada nos dez maiores grupos. Embora a população indígena atual pareça pequena se comparada aos 5 milhões de nativos que habitavam o Brasil na época do Descobrimento, ela cresce a uma taxa anual de 3,5% – a média nacional é de 1,6%. “A partir dos anos 60, uma série de fatores, incluindo o fortalecimento de políticas de saúde e de educação para os índios, contribuíram para que a população indígena começasse a crescer pela primeira vez desde a chegada dos portugueses”, explica a antropóloga Maria Elizabeth Brêa, da Fundação Nacional do Índio (Funai).

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    Qual é a sua tribo?

    As dez maiores etnias indígenas somam 211 mil pessoas – metade da população total

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    1. GUARANI

    POPULAÇÃO – 46 566

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    Os guaranis “brasileiros” (também há guaranis no Paraguai e na Bolívia) dividem-se em três grupos: caiová, ñandeva e mbya. Embora eles tenham costumes comuns – como viver em grandes grupos familiares (tekoha) liderados política e religiosamente por um dos avós -, cada grupo fala um dialeto particular e tem suas peculiaridades: a poligamia, por exemplo, é proibida entre os caiovás, mas é bem aceita entre os ñandeva

    2. TICUNA

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    POPULAÇÃO – 26 813

    Os ticunas vivem em aldeias ao longo do rio Solimões, tanto no Brasil quanto no Peru e na Colômbia, e são adeptos da caça e da pesca. Os núcleos familiares são agrupados em duas “metades”: clãs com nomes de aves e clãs com nomes de plantas e animais terrestres. Um índio ticuna sempre se casa com uma representante da “metade” oposta e a nova família herda os hábitos do clã do homem. A língua deles é fonal, ou seja, a entonação muda o sentido das palavras

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    3. CAINGANGUE

    POPULAÇÃO – 25 755

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    Nos casamentos, os caingangues também cruzam as “metades”, como os ticunas. Mas, entre os caingangues, a nova família vai morar junto ao pai da noiva. Na hierarquia das comunidades a maior autoridade é o cacique, eleito democraticamente entre os homens maiores de 15 anos. O cacique eleito indica um vice-cacique, geralmente vindo de outra “metade”, com o intuito de facilitar o planejamento político, já que punições só podem ser aplicadas por indivíduos da mesma “metade”

    4. MACUXI

    POPULAÇÃO – 23 182

    Como vivem em uma região com períodos prolongados de seca e de chuva, os macuxis alternam entre dois modos de vida bem distintos. Durante a estiagem, formam grandes aglomerações e aproveitam para caçar, pescar, criar gado, cultivar alimentos e coletar madeira e argila – algumas aldeias também garimpam ouro. Na estação chuvosa, espalham-se em pequenos grupos que vivem dos alimentos armazenados durante a seca

    5. TERENA

    POPULAÇÃO – 19 851

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    É o povo indígena mais “urbanizado”: há terenas trabalhando no comércio de rua em Campo Grande, MS, e na colheita de cana-de-açúcar. Uma das justificativas para a “urbanização” é a superPOPULAÇÃO – das reservas – o excedente populacional abandona as aldeias em busca de bicos para fazendeiros ou subempregos nas cidades. Ao contrário do que rola entre os caingangues, quando os terenas se casam vão morar com o pai do noivo

    6. GUAJAJARA

    POPULAÇÃO – 19 524

    Antigamente, os guajajaras não se fixavam em um lugar por muito tempo, mas hoje esse costume se perdeu e as aldeias, além de permanentes, podem ser grandes, com mais de 400 habitantes. A agricultura é a principal atividade econômica, mas o artesanato também é uma fonte de renda importante. Entre os produtos cultivados está a maconha, cuja comercialização ilegal gera violentos conflitos com as Polícias Militar e Federal

    7. IANOMâMI

    POPULAÇÃO – 16 037

    A Terra Indígena Ianomâmi, encravada no meio da floresta tropical, é um importante centro de preservação de biodiversidade amazônica, constantemente ameaçado pelos garimpeiros. Os ianomâmis têm o costume de aglomerar seus membros: várias famílias vivem juntas sob o teto de grandes habitações e geralmente se casam com parentes. Assim como os sobreviventes em Lost, os ianomâmis desconfiam dos “outros” (pessoas de outra etnia, brancos ou índios)

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    8. XAVANTE

    POPULAÇÃO – 12 848

    As cerca de 70 aldeias xavantes no MT seguem a mesma configuração: casas enfileiradas em forma de semicírculo. Numa das pontas da aldeia, há uma casa reservada à reclusão de meninos de 10 a 18 anos – eles ficam ali durante cinco anos e, ao final do período, saem prontos para a vida adulta. Uma festa marca essa transição. Os xavantes costumam pintar o corpo de preto e vermelho, além de usar uma espécie de gravata de algodão nas cerimônias

    9. PATAXÓ

    POPULAÇÃO – 10 664

    Ganharam projeção nacional em 1997 com a morte do índio Galdino, incendiado por jovens de classe alta de Brasília enquanto dormia em uma rua da capital federal. O ganha-pão principal dos pataxós é o artesanato, com peças que misturam madeira, sementes, penas, barro e cipó. Nas festas, eles costumam dançar o típico auê, servir o mukussuy – peixe assado em folhas de palmeira – e o tradicional kauím – uma espécie de vinho de mandioca

    10. POTIGUARA

    POPULAÇÃO – 10 036

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    Os potiguaras são de origem tupi-guarani, mas hoje se comunicam em bom (e não tão claro) português mesmo. Eles costumam se referir aos não-índios como “particulares” e quase toda aldeia tem uma igreja católica e um santo padroeiro. O nome do povo significa “comedores de camarão”, porque, além de tirarem o sustento de atividades agrícolas, caça, pesca e extrativismo vegetal, são grandes coletores de crustáceos e moluscos

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