Tudo indica que foi a malária. Estima-se que, descontadas as guerras e as mortes acidentais, essa doença foi responsável por metade dos óbitos da história da humanidade desde a Idade da Pedra, 600 mil anos atrás. “Na Grécia antiga, havia relatos de manifestações da malária. No auge do Império Romano, ela era comum na região do Mediterrâneo”, diz a epidemiologista Diana Maul de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A cada ano, as várias espécies de mosquitos que carregam o parasita da doença contaminam 500 milhões de pessoas no mundo, das quais algo entre 1 e 3 milhões acabam morrendo. Existem também, é claro, epidemias de outras doenças que deixaram um rastro devastador na história humana. “Na Idade Média, a peste bubônica chegou a vitimar cerca de 25% da população da Europa”, diz o epidemiologista Jair Ferreira, da UFRGS. Há ainda quem considere a fome uma doença, afirmando que ela causou mais mortes na história humana.
“Até o século 20, a cada 1 000 crianças nascidas 600 morriam de desnutrição ou de doenças causadas por ela”, afirma Jair.
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