Nada menos que 2 783 deles rodam sobre nossas cabeças, segundo estimativas da Força Aérea americana, executando as mais diversas funções. Os modelos mais tradicionais, ativos desde o final da década de 60, possibilitam transmissões globais de TV e ajudam na previsão do tempo. Mais recentemente, entraram em operação novos sistemas de telefonia (como o Iridium) e de navegação (GPS), que também usam satélites. Algumas dessas máquinas têm mais de uma função – caso dos Intelsats, que servem tanto para transmitir sinais de TV quanto para completar chamadas telefônicas. A maior parte dos modelos restantes se divide entre funções militares (espionagem), científicas (monitoração do meio ambiente) e de observação (para ajudar na confecção de mapas, por exemplo). Só no ano passado, foram colocados em órbita 81 satélites, nem todos para oferecer novos serviços. Um grande número deles vai ao espaço apenas para substituir modelos antigos, já que a vida útil dessas máquinas é curta – cerca de dez anos.
Como os satélites começaram a ser lançados em 1957, os arredores terrestres estão se tornando um grande depósito de lixo. A sorte é que quase metade de mais de 5 000 deles já foram incinerados ao saírem de suas órbitas e reentrarem na atmosfera. Quem controla a ocupação do espaço em volta do planeta é a Organização das Nações Unidas (ONU), autorizando novos lançamentos e regulando o ponto onde cada equipamento pode ser posicionado. Mas seus técnicos nem sempre têm acesso às informações adequadas, principalmente para os satélites de uso militar. Segredos à parte, se você quiser conferir onde está boa parte dos satélites neste exato momento, confira esse endereço na internet: https://liftoff.msfc.nasa.gov/Real Time/JTrack/3D/JTrack3D.html. Nessa página da Nasa há uma bela animação que mostra a órbita de 500 satélites, com muitas informações sobre eles.
Landsat 7
Tipo – De observação
Função – Coleta imagens para monitorar o meio ambiente, criar mapas e fazer espionagem militar
Unidades em órbita – 1
Altitude – 680 km
País – Estados Unidos
Brasilsat B
Tipo – Transmissão e comunicação
Função – Distribui sinais de televisão e telefonia, além de transmitir dados em geral para todo o território brasileiro
Unidades em órbita – 4
Altitude – 35 785 km (geoestacionário)
País – Brasil
Terra
Tipo – Científico
Função – Mede a poluição da atmosfera e estuda alterações no clima global
Unidades em órbita – 1
Altitude – 670 km
País – Estados Unidos
Meteosat
Tipo – Meteorológico
Função – Colhe imagens da atmosfera para auxiliar nos serviços de previsão do tempo
Unidades em órbita – 4
Altitude – 35 785 km (geoestacionário)
País – Desenvolvido por 18 nações européias
Inmarsat 3 (Satélite Marítimo Internacional)
Tipo – Comunicação
Função – Possibilita fazer chamadas telefônicas e acessar a internet a partir de navios ou lugares remotos
Unidades em órbita – 4
Altitude – 35 785 km (geoestacionário)
País – Desenvolvido por 64 nações
GPS (Sistema de Posicionamento Global)
Tipo – Navegação
Função – Calcula latitude, longitude e altitude dos usuários do sistema, orientando-os sobre sua posição no planeta. É acionado a partir de aviões, navios e até de modernos relógios de pulso
Unidades em órbita – 28
Altitude – 19 800 km
País – Estados Unidos
DSP (Programa de Suporte à Defesa)
Tipo – Militar
Função – Usa sensores de calor para detectar lançamentos de mísseis e explosões nucleares
Unidades em órbita – Número não divulgado (mas 23 foram construídos desde 1970)
Altitude – 35 785 km (geoestacionário)
País – Estados Unidos
Os satélites geoestacionários ficam fixos sobre um único ponto da Terra, em vez de girar em torno dela – e são usados, entre outras coisas, para comunicação e previsão do tempo. Eles podem ser considerados filhos diretos da ficção científica. Essas máquinas foram imaginadas pelo escritor Arthur C. Clarke, mais conhecido como autor do clássico 2001 – Uma Odisséia no Espaço, adaptado para o cinema por Stanley Kubrick em 1968. Em 1945, Clarke escreveu um artigo científico para a revista britânica Wireless World prevendo que seria possível construir satélites que ficariam parados sobre um ponto da Terra. Nos meios acadêmicos, ninguém botou fé – mas, 20 anos depois, foi para o espaço o primeiro satélite geoestacionário da história, o Early Bird, usado para transmissões de TV.