Até hoje, ninguém se arrisca a apontar um inventor único ou uma data precisa que marque o aparecimento dessa inovação que revolucionou a vida das mulheres. Entretanto, sabe-se que há pelo menos 2 500 anos as mulheres já usavam alguma coisa para conter o fluxo sanguíneo “naqueles dias”. Um dos primeiros registros dos absorventes aparece nos manuscritos do grego Hipócrates, que viveu entre 460 e 370 a.C. e é considerado o pai da medicina. Em uma de suas obras, ele menciona uma proteção menstrual que era usada dentro da vagina – não dá para conhecer maiores detalhes porque há poucas descrições sobre o objeto.
Até o início do século 20, o absorvente mais usado eram as “toalhinhas”, nome popular das faixas de tecido dobradas em três partes, depois lavadas e reutilizadas. “Elas não eram tão práticas como os produtos de hoje, mas cumpriam bem sua função, desde que fossem utilizadas bem sequinhas, evitando a umidade que traz inflamações e fungos”, afirma o ginecologista Mauro Abi Aidar, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os estudos para a criação de absorventes descartáveis começaram na Alemanha, ainda no fim do século 19. O primeiro desses produtos, uma espécie de bandagem que as mulheres colocavam sobre a calcinha, apareceu nas lojas em 1890. Outros avanços significativos aconteceram na década de 1930. Nessa época, chegou ao Brasil o Modess, o primeiro absorvente descartável vendido no país. Em 1933, nos Estados Unidos, surgiu o primeiro registro de patente de um absorvente interno – por aqui, a novidade só chegaria quatro décadas depois, com o O.B.
“O certo é que esses produtos melhoraram muito a qualidade de vida das mulheres. De qualquer forma, elas devem tomar alguns cuidados ao usá-los, como evitar comprar absorventes perfumados, que podem causar alergias, trocar o produto sempre que ele estiver úmido e deixar os absorventes internos apenas para ocasiões especiais, como os banhos de praia ou de piscina”, diz Mauro.
1854
Inventores americanos registram as primeiras patentes de um cinto com tecidos absorventes laváveis, para substituir as antigas toalinhas usadas até então
1890
Na Alemanha, surge o primeiro absorvente descartável, o Hartmanns, uma bandagem vendida em caixa com seis unidades. Anos depois, o produto chega à Inglaterra e aos Estados Unidos
1894
Inventores alemães criam uma calcinha com uma espécie de cinto lavável acoplado. A criação, porém, não faz sucesso e logo cai em desuso
DÉCADA DE 30
O Modess, da Johnson & Johnson, é o primeiro absorvente descartável a chegar ao Brasil. O produto, que era importado de fábricas nos Estados Unidos, só começou a ser industrializadoaqui em 1945
1933
Os primeiros absorventes internos são patenteados nos Estados Unidos. Quatro anos depois, o médico americano Earle Haas coloca à venda o Tampax, o pioneiro produto interno com aplicador
1974
No Brasil é lançado o O.B., o primeiro absorvente interno no país. O nome vem de ohne binde, expressão alemã que significa algo como “sem toalha”
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