Seleção viajará o equivalente a voo Rio-Roma só na 1ª fase da Copa
Serão mais de 9 mil km. Mas o time que percorrerá as maiores distâncias é o Egito. Veja quem se deu bem e quem se deu mal nesse quesito
Organizar uma Copa do Mundo no maior país do planeta levantou algumas preocupações quanto ao desgaste que as seleções teriam ao se deslocar de um jogo para outro. Isso, em parte, enfraqueceu quando as cidades-sede da Rússia foram anunciadas. Assim como a maior parte da população se concentra na parte europeia do país, as sedes também estão na porção ocidental.
Comparações com a Copa no Brasil são inevitáveis. Afinal, também é um país gigante. A maior distância entre cidades-sede do Brasil são os 3.216 km que separam Porto Alegre de Fortaleza. Na Rússia, a distância mais longa é do enclave de Kaliningrado, situado entre a Polônia e a Lituânia, e Ecaterimburgo, a “janela para a Ásia”, no lado leste dos Urais. São 2.502 km, bem menos que a lonjura do Ceará ao Rio Grande do Sul. Quando levamos em conta que o Brasil, com seus 8.515.767 km2 se apequena diante dos 17.098.200 km2 da Rússia, vemos que as críticas sobre as escolhas das sedes brasileiras, seja pela falta de tradição futebolística de algumas capitais seja pela enorme distância entre elas, são bem fundamentadas.
Ainda assim, alguns times vão viajar um bocado na primeira fase da Copa. Quem se deu pior nesse quesito foi o Egito. O time de Salah e cia. está hospedado em Grózni, a capital da Chechênia, uma das repúblicas que compõem a Rússia. Do extremo sul do país, a seleção egípcia viaja para Ecaterimburgo, no leste, enfrentar o Uruguai, depois vai para São Petersburgo, no noroeste, jogar contra os anfitriões e por fim volta ao sul para pegar a Arábia Saudita em Volgogrado. Levando em conta os trajetos de ida e volta dos estádios à cidade-base, o Egito viajará 11.602 km. É mais do que ir de Brasília a Moscou.
Confira o gráfico com as distâncias a serem percorridas por todos os times durante a primeira fase (clique na imagem para ampliá-la).
A maior distância percorrida em uma rodada caberá à Suécia. Sediada em Gelendzhik, um balneário no Mar Negro, ela vai até Ecaterimburgo enfrentar o México. Total ida e volta: 5.284 km. A menor distância caiu no colo da Austrália. Ela está hospedada em Kazan, capital do Tartaristão, uma república russa com maioria muçulmana (assim como a Chechênia) e etnicamente tártara, povo que habita a Ásia Central há séculos. O primeiro jogo será contra a França, lá mesmo, na Arena Kazan. A escolha da cidade-base e o sorteio dos grupos deram a sorte aos australianos, que se deslocarão apenas 12,8 km para essa partida.
E o Brasil? A seleção está treinando em Sochi, que, além de ter sediado as Olimpíadas de Inverno em 2014, é uma das sedes da Copa. Mas não jogaremos lá na primeira fase. Caímos em Rostov (contra Suíça), São Petersburgo (Costa Rica) e Moscou (Sérvia). Total: 9.180 km. Haja quilometragem para ouvir as palestras de Tite. Só Dinamarca, Nigéria, Suécia, Coreia do Sul e Polônia, além do Egito, viajarão mais.
QUEM SE DEU BEM
Dez seleções se concentrarão na região de Moscou, mas ficar na capital não é sinônimo de viajar menos. A mais sortuda nesse quesito é a Colômbia, que ficará no Tartaristão. A seleção conseguiu ficar a menos de seis horas de carro dos seus locais de jogo e percorrerá, em toda a primeira fase, 1.647 km.