Brasil quer retirar 144 mil toneladas de açúcar de alimentos e bebidas
A ideia é atingir esse montante – que daria para encher 68 piscinas olímpicas – até o final de 2022
Depois do sódio e da gordura trans, chegou a vez do açúcar entrar na mira das políticas públicas que visam melhorar a alimentação dos brasileiros. O governo assinou, nesta segunda-feira (26), um acordo que estabelece como meta reduzir 144 mil toneladas de açúcar em alimentos como bolos, lácteos, achocolatados, bebidas açucaradas e biscoitos recheados.
A ideia é atingir esse montante – que daria para encher 68 piscinas olímpicas – em quatro anos. Os produtos que concentram as maiores quantidades do ingrediente doce sofrerão reduções mais drásticas: o teor de açúcar nos biscoitos deve cair 62,4% e o dos lácteos (que englobam iogurtes, por exemplo), 53,9%.
Em bolos e misturas para bolos, o objetivo é baixar em 32,4% e 46,1%, respectivamente, a medida do item açucarado. Já achocolatados vão perder 10,5% do teor de açúcar e bebidas como refrigerantes e sucos artificiais, 33,8%.
A medida pode parecer drástica, mas ela é necessária: os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda. A entidade orienta que sejam ingeridas, no máximo, 12 colheres de chá do produto por dia – por aqui, comemos 18, sendo que boa parte disso (64%) vem de açúcar de adição, aquele que colocamos inocentemente no cafezinho ou no suco.
Segundo o Ministério da Saúde, tanta doçura já impacta na saúde da população: na última década, os casos de diabetes aumentaram 54% entre os homens e 28,5% entre as mulheres. Outro efeito de uma dieta adoçada além da conta é o excesso de peso – a obesidade cresceu 60% entre os brasileiros nos últimos dez anos.
Em nota à imprensa, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi , disse que a medida vai ajudar os brasileiros a melhorarem os hábitos alimentares. “O apoio da indústria na redução do açúcar permitirá que a população busque uma vida mais saudável e tenha menos problemas de doenças que possam ser evitadas. É importante que nós tenhamos avanços dessa natureza”.